O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) quer a interferência do Poder Judiciário para a resolução de problemas instalados em unidades de saúde pública do Estado, principalmente nos pronto-socorros de Várzea Grande e Cáceres. “Precisamos dessa interferência. O Executivo e o Legislativo não estão dando conta”, afirmou o presidente do conselho, Arlan de Azevedo.

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10), o presidente e outros membros do conselho apresentaram relatórios de vistorias recentes realizadas no Pronto-Atendimento e Hospital Regional de Cáceres; Hospital Municipal de Juína; Hospital e Pronto-Socorro de Várzea Grande e Consórcio Municipal de Saúde do médio Araguaia, em Água Boa. A descrição das visitas, realizadas entre 8 de abril e 3 de junho, é acompanhada por variadas fotos de cada local. Os relatórios foram protocolizados junto ao Ministério Público Estadual (MPE).

De maneira geral, as inspeções revelam velhos problemas, que são a falta de estrutura adequada, falta de espaço para a real demanda e escassez de material humano, profissionais em quantidade e qualidade suficientes. É justamente pela recorrência – e permanência – dos problemas de sempre que o CRM pede que o Judiciário possa atuar, exigindo as mudanças que os outros poderes não têm conseguido, aplicando multas e efetuando prisões, caso seja necessário.

“A greve dos profissionais no Pronto-Socorro de Cuiabá só chegou ao fim com a interferência do Judiciário. O Hospital Júlio Muller também não foi fechado também por auxílio judicial”, exemplifica Azevedo.