Uma comissão de pais, familiares e amigos de dependentes químicos participou na última semana de uma reunião na sede do Ministério Público em  Barra do Garças com o promotor Marcos Brant Gambier Costa. O objetivo é conseguir apoio para implantar uma associação de pais e amigos de dependentes químicos e reivindicar a implantação de políticas públicas para o tratamento de jovens e adultos com dependência ao álcool, entorpencentes e psicotrópicos (remédios controlados, que também causam dependência).

O Ministério Público aprovou a idéia de criar a associação e se dispôs a ajudar no sentido de conseguir uma ação da prefeitura ou do Estado para atender a precariedade no tratamento dos usuários de drogas no município. O assunto foi mantido em sigilo até mesmo para não causar mais constrangimento para as famílias.

Um familiar de um garoto de 15 anos que precisa de internação participou da reunião e parabenizou atitude do Ministério Público de ajudar nessa luta para criação de uma clínica de tratamento na cidade. Ele pediu para não ser identificado e explicou que a família luta há dois anos para libertar o adolescente, que é seu sobrinho. Entretanto, os recursos da família acabaram e eles não conseguem encaminhar o paciente para tratar fora.

Semelhante a este caso existem vários outros em Barra do Garças, que infelizmente passam despercebidos pela sociedade. A proposta é que seja construída uma clínica de tratamento no município e seja criada uma associação semelhante ao Alcoólicos Anônimos (AA) para auxiliar na recuperação dos pacientes.

O projeto de clínica mais perto que existe está na cidade de Bom Jardim, onde funciona a Missão Ebeneser, coordenada pelo pastor Jair. Ele já tentou trazer sua casa de apoio para Barra mas não obteve nenhum apoio na época.

Nesta semana um jovem de 19 anos foi encaminhado para tratamento em Cuiabá depois de uma conversa com a família. Segundo o avô do garoto, a família decidiu pela internação depois que o adolescente pediu para ser internado. “Ele quer sair dessa vida, eu estou muito contente com isso. Ele vai ficar longe de nós pelo menos 45 dias, mas se Deus quiser vai voltar bem” desabafou o avô emocionado com a força de vontade do neto.