São mais de 1500 quilômetros entre Cuiabá e o Rio de Janeiro, mas a onda de violência que paira sobre a cidade carioca preocupa os cuiabanos que deixaram Mato Grosso em busca dos sonhos na cidade maravilhosa. Veículos queimados, ataques a forças de segurança e os tiroteios tiram o sono de quem saiu de Mato Grosso para tentar a vida no Rio. “Eles (criminosos) tomaram conta do Rio”, diz Danny Mattje.

Danny Mattje de 22 anos é cuiabana e há nove meses mora no Rio. Antes de vivenciar os ataques que tomam conta da cidade desde domingo (21), a jornalista e atriz conta que não julgava nenhuma cidade mais perigosa que outra e acreditava que a violência estava em todo lugar. Porém, agora, revela que só mesmo quem vive a atual situação do RJ para entender a enormidade do medo.

Em meio a uma realidade em que tanques de guerra circulam por regiões da cidade, o temor para quem estava acostumada a rotina de Cuiabá é ainda maior. Danny conta, por exemplo, que chega a guardar os documentos no bolso para se prevenir a possíveis assaltos. “É assim que estou vivendo aqui em meio a esse caos. Em Cuiabá nunca precisei fazer isso”, conta.

Os ataques começaram no Rio como forma de reação a política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) instaladas em áreas dominadas pelos criminosos. No começo, a cuiabana conta que a preocupação com um possível avanço dos ataques não era tão grande, porém, quando os arrastões se aproximaram de Copacabana na Zona Sul, o receio aumentou. “Acordei ontem e um amigo me disse que haviam queimado um carro no Recreio (Zona Oeste), aí bateu o medo, pois é a zona onde moro”.

Mas apesar de toda a violência Danny diz não pensar em voltar para Cuiabá.”Vim para cá por conta da minha carreira, meu futuro está aqui”. E para tranquilizar a família, residente em Cuiabá, ela diz que está tomando algumas precauções “Saio de casa só quando é necessário e sempre com alguém”, enfatiza.

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