Uma fila extensa, com muitas pessoas reclamando de burocracia e falta de informação. Assim era a fila para conseguir isenção do pagamento do IPTU, na manhã desta terça-feira, 31, na Prefeitura de Cuiabá.
Hoje é o último dia para conseguir o benefício. Muitas pessoas, como costuma acontecer, foram tentar o cadastramento de última hora. Mas, muitas das presentes na fila, desde muito antes das 10 horas (quando o começou o atendimento) já tinham começado o processo de reunir documentos há dias atrás. Joana Ferreira dos Santos, 73 anos, é uma delas. “Eu já vim várias vezes aqui na prefeitura, e sempre dizem que tá errado ou faltando alguma coisa. E só hoje que apareceu alguém aqui pra orientar”, conta a senhora, que tem sorte por ainda gozar de disposição para fazer todo o trabalho de ir atrás da documentação, apesar da idade. Com uma pasta cheia de papéis, ela diz que ainda tem dúvida se daria tudo certo quando fosse atendida.
Jane Maria do Nascimento foi ontem à prefeitura tirar dúvidas sobre todos os documentos que precisaria providenciar. Chegou hoje bem cedo para garantir ser uma das primeiras da fila. Um funcionário da prefeitura passava pela fila conferindo os documentos dos presentes e alertou Jane que ainda faltava um documento. Chateada por ter recebido orientação com falhas no dia anterior, ela teve que sair da fila e ir para a rua providenciar o que faltava, correndo o risco de não ter tempo de voltar e perder o benefício.
Eudes Silva Santiago diz que a prefeitura entregou uma listinha com todos os documentos necessários para o cadastramento, mas que não havia ninguém para orientar. “Deveria ter uma central de atendimento. E devia haver mais flexibilidade com os idosos também”, diz. Ela conta que toda essa burocracia começou nesse ano. “Antes era menos documentos, umas coisas mais simples”.
Já Maria Aparecida Bastos aponta a tecnologia como uma ferramenta que poderia auxiliar no processo. “Eu tirei uma certidão do INSS pela internet e trouxe. Eles não aceitaram aqui. Tive que ir no INSS. Lá, até a atendente não entendeu porque eles não aceitaram. O eletrônico veio pra ajudar”, conta.
A reclamação sobre repetição do processo também foi grande. “Deveria ser mais simples para quem já se cadastrou em outros anos. Eles não tem isso registrado não?”, questionou Maria de Lurdes, que já esteve na fila ontem também.
A reportagem do Olhar Direto procurou pelo secretário de Finanças, Guilherme Muller, mas foi informada de que ele estava em reunião. Também procuramos por Wilson Paulo, diretor de arrecadação, mas ele não foi encontrado até o fechamento da matéria.
