A estudante do curso de Psicologia Maria Neuza da Cruz, do Centro Universitário de Cuiabá (Unic), está sendo investigada pela Polícia Civil acusada pelo Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP-MT) de exercício ilegal da profissão.

Ela estaria atendendo pacientes em uma clínica em Várzea Grande antes da conclusão da faculdade. O inquérito foi instaurado na Delegacia Municipal.

Através de denúncias anônimas, o Conselho obteve informações de que Maria Neuza estaria atendendo como psicóloga na Elieny Consultoria, em Várzea Grande. Em outubro do ano passado uma fiscal do CRP chegou a se passar por uma cliente e marcar uma consulta com a ‘falsa’ psicóloga.

Durante a consulta, após alguns minutos de conversa, a fiscal se identificou e pediu que Maria Neuza assinasse um termo de visita. No dia do atendimento, a estudante afirmou que estaria prestando apenas consultoria e disse cursar o 10º semestre.

Em contato com a universidade os representantes do conselho descobriram que, além do exercício ilegal da profissão, a estudante mentiu, pois na verdade estaria cursando o 8º semestre de Psicologia, o que configura como falsidade ideológica.

“Ela tentou alegar que fazia consultoria ,o que também é proibido e será investigada pelos crimes de exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica, porque no dia da consulta ela assinou um documento dizendo que estava no 10º semestre, quando na verdade estava no 8º”, explicou o assessor jurídico do CRP, Ivo Borges.

Segundo a presidente do CRP, Maria Aparecida Amorim Fernandes, este é o primeiro caso constatado na região da Grande Cuiabá. Há alguns anos outra mulher foi identificada pelo mesmo crime, mas no município de Rondonópolis, e chegou a exercer função em órgãos públicos, mas o Ministério Público Estadual (MPE) não ofereceu denúncia na época.

“A psicologia se for aplicada por pessoas não habilitadas pode causar danos”, avaliou a presidente. Ela disse ainda que uma outra pessoa está sendo investigada em Cuiabá também por exercício ilegal da profissão, mas o caso ainda não foi confirmado.

As investigações envolvendo a estudante Maria Neuza serão conduzida pelo delegado Fabio Silveira, em Várzea Grande. O inquérito foi instaurado em março deste ano e o período em que a universitária vinha atendendo irregularmente não foi confirmado. Os representantes do Conselho destacaram ainda que os pacientes que se sentirem lesados podem procurar o CRP.