O Pronto-Atendimento Pediátrico de Rondonópolis não tem pediatras em número suficiente. Para suprir a necessidade, clínicos gerais têm atendido as crianças que chegam à urgência e emergência. Há casos de médicos atenciosos com crianças e adolescentes, mesmo não sendo especialistas, mas também há muitas reclamações pela falta de experiência com pais e seus filhos.

Há um mês, a bebê de 1 ano de Eliane Santos passou mal e teve uma reação alérgica. Pela madrugada, ela procurou a unidade com a criança no colo. A médica, uma clínica geral, estava dormindo e os funcionários foram acordá-la. “A médica teve a coragem de falar que 3 horas da madrugada não era hora de levar criança no médico. Fui pra cima dela, chamaram a polícia. Expliquei o caso aos policiais e eles foram embora, se colocaram no meu lugar”.

Outro médico da unidade atendeu a criança e encaminhou o caso para a Santa Casa. Lá, médicos infectologistas descobriram que a menina tinha alergia a lactose. “Ela bebia leite há muito tempo, mas só agora a alergia apareceu. Agora minha filha só toma leite de lata, que custa R$ 90. Se fosse um pediatra atendendo a minha menina, nada disso teria acontecido”.

O prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio, explica que a falta de pediatras não é um problema exclusivo do município, mas em todos os municípios brasileiros. “Houve redução de formação de pediatras no país, médicos optaram em se especializar em outras áreas. Acho que o CRM (Conselho Regional de Medicina) tem que abrir mais e facilitar a criação de mais faculdades de medicina para formar mais médicos. No início da minha gestão havia falta de médicos até para os PSFs (Programa Saúde da Família), mas hoje não temos esse problema, embora esteja longe da quantidade de profissionais que eu gostaria de ter na rede. Mas procede essa informação da falta de pediatras no Pronto-Atendimento”.