O comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Osmar Lino Farias, afirmou na manhã desta quarta-feira (19) que os pais são os principais responsáveis pelo grande número de jovens inseridos no crime. No ponto de vista dele, há uma ‘deteriorização’ da família e a população tem atribuído ao Estado uma função que deveria começar ‘dentro de casa’.

“Estão transferindo para o Estado e para a polícia a responsabilidade de pai e nós estamos tendo que assumir isso. Não era preciso ter projeto social se os pais não deixassem os filhos de 11 e 12 anos na rua”, avaliou o coronel, durante a cerimônia de lançamento do projeto Nova Voz, uma parceria da Polícia Militar, com o Judiciário e a iniciativa privada.

Para Farias, o adolescente de 16 anos que invadiu a chácara da família Camilotti nessa terça-feira (18) e fez cinco pessoas reféns, dentre elas uma criança de 2 anos, tomou uma decisão consciente e os pais do menor são os responsáveis.

“O que você pode dizer de uma criança de 16 anos que invade uma casa e faz uma família refém, certamente os pais não o colocaram no caminho que devia. É bíblico isso”, asseverou o coronel, ao citar o versículo 6 do capítulo 22 de Provérbios, da Bíblia, que diz: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”.

Segundo Farias, o que cabia à Polícia Militar foi feito, que era conter a ação e prender os dois rapazes que invadiram a chácara da família Camilotti. Ele pontua, porém, que a decisão de praticar o crime coube aos próprios assaltantes. “A polícia não tem como obrigar o cidadão a fazer o que é certo”, finalizou.

Na manhã de ontem, o menor acompanhado de outros dois jovens invadiram a chácara Santa Inês, na Estrada da Guarita, em Várzea Grande, e fizeram cinco pessoas reféns. O cerco policial durou cerca de três horas e depois de várias tentativas de negociações eles liberaram as vítimas e se entregaram.

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