O Centro de Nefrologia de Rondonópolis está superlotado de pacientes que vem de toda região Sul para sessões de hemodiálise três vezes na semana. Para dar conta da demanda de 205 pacientes, embora a capacidade seja para 138 pessoas, o local trabalha com o quinto turno, quando as sessões são realizadas das 2 horas às 6 horas. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disciplina três sessões de hemodiálise por dia, para o quarto turno, só com autorização do gestor.

“Estamos acima da nossa capacidade. São 23 máquinas de hemodiálise há outras cinco de reserva. Todas não funcionam ao mesmo tempo porque há necessidade da instalação hidráulica. Se fossemos atender só a população da cidade, teríamos condições. São 140 pacientes da cidade, os demais são da região”, explicou a coordenadora do Centro de Nefrologia, Delian Alencar.

Ela explica que a situação não é problema de gestão, mas demanda reprimida de doentes renais crônicos, contudo a situação já chegou ao limite. “Já falei com o departamento de Atenção Básica para começar a encaminhar pacientes para Cuiabá”.

A situação acima foi descrita no relatório da Comissão de Saúde, Assistência Social, Cidadania e Direitos da Câmara de Vereadores. “Para evitar esses transtornos é necessária a criação de mais três Centros de Nefrologia na Região Sul, em Jaciara, Primavera do Leste e Alto Garças, além de um novo prédio para abrigar o atual centro que funciona na cidade”, comentou o presidente da comissão, vereador Mohamed Zaher (PSD).

O documento será encaminhado ao Ministério Público, Prefeitura de Rondonópolis, Secretaria Estadual de Saúde, Assembleia Legislativa e Ministério da Saúde para que sejam tomadas providências.

O relatório ainda cobra da prefeitura a contratação de mais nove profissionais entre técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais; reforma das cadeiras de hemodiálise; abastecimento periódico de material de higiene como toalhas de papel e lençóis novos para todas as cadeiras de hemodiálise; reforma nos carrinhos onde ficam os materiais dos procedimentos, que estão enferrujados; reforma do prédio, pois há infiltrações; além do uso de todas as máquinas de hemodiálise de forma a proporcionar que todos os pacientes possam ser atendidos até às 23 horas.

Delian alega que a quantidade de técnicos de enfermagem e assistentes sociais é suficiente para atender a demanda. “São 30 técnicos para atender nos cinco turnos, temos duas assistentes sociais, agora aguardamos a vinda de psicólogos. O pedido já foi feito ao Departamento de Recursos Humanos”.