O caso da menina de 1 ano e 11 meses que sofreu abuso sexual, praticado pelo padrasto, provocou comoção na Grande Cuiabá. A mãe e o padrasto da criança foram presos por mandado de prisão temporária, ontem, e prestaram depoimento hoje a delegada titular da Delegacia das Mulheres de Várzea Grande, Daniela Maidel.

O acusado Marcondes Dias de Moura (34)e Azenil Nina de Oliveira (29) presos na comunidade rural Souza Lima, em Várzea Grande, por policiais civis da Delegacia da Mulher do município, vão responder por estupro, atentado violento ao pudor e lesão corporal de natureza grave. Eles tiveram prisões decretadas pela Vara de Violência Doméstica e Familiar de Várzea Grande.

A delegada ressaltou o empenho dos policiais que rapidamente reuniram diversas informações que subsidiaram o pedido de prisão do casal. Conforme Maidel, dos 289 inquéritos abertos pela delegacia neste ano, sendo que 30% deles são de violência sexual, o abuso cometido contra a menina surpreendeu todos da equipe de investigação devido a violência e a crueldade. “Não são raros os casos de violência sexual que chegam ao conhecimento da polícia, mas esse nos impressionou por tamanha violência”, disse.

A delegada faz um alerta para o crescente números de ocorrências de violência contra crianças e adolescente e orienta os pais e responsáveis quando desconfiarem de algo errado com seus filhos a procurarem informações na delegacia, ajuda dos Conselhos Tutelares e ainda levar a criança num posto de saúde.

A menina está internada no Pronto-Socorro de Cuiabá há 30 dias e passou por 5 reconstrução do órgão genital. O crime teria ocorrido há 40 ou 50 dias, mas a criança só foi encaminhada ao hospital depois que seu avô estranhou não ter mais acesso a criança. Ele foi até a casa da ex-nora, insistiu para ver a menina e ficou chocado ao se deparar com situação da criança, desnutrida, sem conseguir falar. A menina já apresentava infecção generalizada.

Para a delegada, a mãe da criança é co-responsável pela violência sofrida pela filha. “Ela sabia do que estava acontecendo e por isso contribuiu para que o crime ocorresse”, informou. Em depoimento, a acusada disse que “se omitiu por medo do companheiro, que a ameaçava”.

Um dia antes de ser levada ao hospital a menina teve as nádegas queimadas com uma panela quente. A delegada Daniela Maidel acredita que isso foi feito de forma proposital para disfarçar o abuso sexual. "Após ser examinada, os médicos chegaram a conclusão que as lesões só poderiam ser provenientes de abuso sexual", complementa a delegada. Em seguida o Conselho Tutelar foi comunicado e a polícia acionada. O estupro ficou comprovado por meio de laudo pericial.

A mãe da criança Azenil Nina de Oliveira tem mais 2 filhos de outro relacionamento e está grávida de 2 meses do acusado Marcondes Dias de Moura. O padrasto da menina tem mais de 10 passagens por roubos e furtos. Marcondes estava preso por roubo e foi solto em novembro passado. Logo após, foi morar com Azenil.