A Polícia Civil cumpriu na manhã desta sexta-feira (13) nove dos dez mandados de prisão expedidos contra integrantes de um esquema de tráfico de drogas que contava com a engenhosidade do transporte do entorpecente em baterias de carro adaptadas. A quadrilha está sendo desmantelada por meio da operação Artega, a primeira deflagrada em 2012 pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE).

No momento, falta apenas ser cumprido o mandado de prisão contra o acusado de fornecer a droga a todo o esquema, um fazendeiro cuja propriedade se localiza na região de fronteira entre Mato Grosso e Bolívia, na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade (a 525 km da Capital). A polícia não divulgou o nome do fazendeiro para não atrapalhar o cumprimento do mandado de prisão.

A droga era distribuída desde Vila Bela para cidades como Vilhena, no vizinho Estado de Rondônia, Pontes e Lacerda e Cáceres (na região fronteiriça de Mato Grosso), Cuiabá e uma parte seguia até para o Estado de Minas Gerais.

O diferencial da quadrilha, segundo a DRE, era a maneira de transportar a droga – em baterias adaptadas de veículos do sistema Finan (carros financiados e não pagos,  comercializados no mercado informal por valor bem abaixo do custo e que circulam por todo o Brasil). Eles conseguiam transportar cerca de 10 kg de pasta-base em uma única bateria, sem que o equipamento perdesse sua função no carro e, por isso, podiam prescindir do trabalho de “mulas”.

“Como traziam a droga de forma muito segura e adaptavam na bateria do veículo, uma engenhosidade [que inventaram], eles não contratavam mulas porque tinham uma margem muito grande de segurança”, destacou a delegada Alana Derlene, que está à frente da operação.

A droga saía da fazenda em Vila Bela e seguia acondicionada em baterias de veículos para Pontes e Lacerda, onde Inácio José da Silva Liebana, preso pela DRE, adaptava as baterias de carro. Parte do produto seguia para Vilhena-RO, onde foi preso Roberto Carlos Beari. Na estrada próxima a Vila Bela, foi preso o integrante conhecido apenas como Jamilson.

Em Cuiabá, mais especificamente no ponto de venda de veículos conhecido como “Pedra”, na região do Porto, a polícia prendeu Altino de França Domingues, o “Careca”, envolvido no mesmo esquema, assim como Adriano Constantino Prado, também preso na Capital.

Em Várzea Grande, foi preso o casal Josinaldo Pinheiro de Lima e Rosilei Aparecida de Lima.

Dois dos mandados de prisão emitidos foram automaticamente cumpridos porque os alvos já estavam presos: Wagner Lopes da Silva está desde março de 2011 no Presídio do Pascoal Ramos.

Ele havia sido pego em flagrante pela polícia com cinco quilos de pasta-base de cocaína numa bateria de carro, três quilos a menos que a droga transportada por Valdemir de Almeida da Silva, também já preso.

A polícia esclarece que, embora a fazenda fornecedora do entorpecente seja localizada em região de fronteira com a Bolívia, o esquema não foi enquadrado como tráfico internacional porque ainda não há certeza da procedência da droga.

Todos os 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Confirme os nomes dos presos:

1. Wagner Lopes da Silva – já estava preso
2. Valdemir de Almeida Silva – já estava preso
3. Roberto Carlos Beari – preso em Vilhena-RO
4. Inácio José da Silva Liebana – preso em Pontes e Lacerda
5. Jamilson – preso nas proximidade de Vila Bela da Santíssima Trindade
6. Altino de França Domingues, o “Careca” - preso em Cuiabá
7. Adriano Constantino do Prado – preso em Cuiabá
8. Josinaldo Pinheiro de Lima – preso em Várzea Grande
9. Rosilei Aparecida de Lima – presa em Várzea Grande


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