Na mesma semana em que a primeira morte por dengue hemorrágica foi confirmada em Cuiabá, no bairro Tijucal, dezenas de relatos de inoperância por parte da Prefeitura Municipal com relação à fiscalização e autuação das pessoas que criminosamente mantém criadouros do mosquito em casa ou em estabelecimentos comerciais chegam à redação do Olhar Direto.

Desta vez, um morador do bairro Dom Aquino, cansado de denunciar às autoridades competentes sobre os inúmeros criadouros do mosquito da dengue, fotografou e enviou à redação um dos locais que ele considera mais preocupantes: um ferro velho a céu aberto onde carcaças de automóveis e entulhos acumulam água e criam ambiente propício para reprodução do mosquito.

No e-mail o morador faz um apelo por ajuda.

“Tem mais de 50 carcaças de carros, muitas peças, muito lixo, muitos insetos, árvores, esgoto, ratos, baratas, aranha, escorpião, cobras e o mais perigoso que é mosquito da dengue. Todas essas carcaças e peças, que acumulam todo esse lixo e água parada, ficam a céu aberto, sem nenhuma fiscalização, nenhuma providência. Aqui na vizinhança todo mundo já pegou dengue e já temos até caso de morte".

"O estado e o município gastam milhões com campanhas de combate à dengue, mas não fazem nada contra o maior foco de dengue, e o pior, no centro da capital. Já enviei e-mails para todas as autoridades, Centro de controle de zoonoses, Ministério Público, Secretarias de Saúde municipal e estadual, vários órgãos de imprensa, Corpo de Bombeiros, Prefeitura de Cuiabá, pois nesse local não há autorização do Corpo de Bombeiros e muito menos alvará de funcionamento. Já enviei várias vezes essa denúncia e até agora ninguém fez nada”, relata, desesperado, o morador.

O ferro velho em questão fica na rua Dr. Fernando Ferrari, nº 230, esquina com Rua Conego P. Mendes, atrás da Pedra, Dom Aquino. Desde o começo do ano, Mato Grosso registrou 12.703 notificações, um acréscimo de 155% em relação ao ano passado, quando foram registrados 4.967 casos da doença. Com a morte registrada no Tijucal, passam para três os casos fatais, sendo que dois estão sob investigação na área metropolitana da Capital e Várzea Grande.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que as notificações de casos aumentaram cerca de 1.000% nas duas cidades, isso sem contar nos casos que não são notificados e nem informados pelos hospitais da capital. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, é só fazer uma conta bem rápida de quantas pessos próximas a você estão ou pegaram dengue nos últimos meses.



Atualizada às 10h37