A BR-158 está bloqueada na altura do Km 340 desde ontem ao meio-dia. De acordo com informações das Polícias Rodoviária Federal e Militar, o bloqueio fica em uma região próximo a divisa dos municípios de Água Boa, Bom Jesus do Araguaia e Ribeirão Cascalheira. A estrada dá acesso às cidades de Canabrava do Norte, Porto Alegre do Norte, Confresa e Vila Rica. A região fica distante 900 km de Cuiabá, na região leste do Estado. O ponto do bloqueio está distante 250 km de Água Boa.
De acordo com informações da Central Pastoral da Terra ( CPT), os trabalhadores que fecharam a rodovia são ligados a movimentos sociais. São aproximadamente 200 pessoas, integrantes de 500 famílias que estão acampadas em uma área ao lado da Fazenda Bordolândia. O protesto é uma forma de chamar a atenção do poder público para resolver uma situação que já se arrasta há quase sete anos.
Os trabalhadores da área já bloqueram a rodovia outras vezes. Segundo a CPT, eles são clientes da reforma agrária. A área já chegou a ter cinco mil pessoas acampadas. Hoje são pouco mais de 2.500. O bloqueio da rodovia deve continuar por tempo indeterminado.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal ( PRF ), há opções de desvios por rodovias estaduais ou ainda pela BR-080, que também se interliga a 070 em alguns ponto da região, mas todas são sem pavimentação e trechos mal conservados.
O objetivo do movimento de trabalhadores é insistir com o bloqueio até que uma decisão ou uma reunião para resolver o problema seja realizada. Segundo informações, as condições de vida no local do acampamento são precárias e, além de adultos, também há crianças no local.
Área em disputa
A Fazenda Bordolândia é uma área de 55 mil que está em disputa judicial entre o Incra e os proprietários. O Incra havia desapropriado a área para fins de reforma agrária, mas os laudos do órgão e o documento que atestava improdutividade da área foram questionados na justiça. O Incra ganhou na primeira instância, mas os proprietários, por intermédio de uma liminar com tutela antecipada conseguiram reverter a situação em segunda instância, na Justiça Federal, retomaram a posse da fazenda.
Com a decisão judicial as famílias que haviam ocupadao a fazenda, aproximadamente mil famílias, tiveram que deixar a área e estão acampadas provisoriamente em uma fazenda vizinha da área de interesse para reforma agrária.