A manhã de hoje estava reservada para depoimentos de envolvidos nas Operações Quimera I e II, deflagradas no fim de 2005 e que desestabilizaram um forte esquema de sonegação fiscal do Estado. No entanto, por conta da ausência de duas testemunhas de acusação, a audiência foi remarcada para o dia 25 de agosto.

Segundo informações do advogado Paulo Fabriny, que defende um dos fiscais, o juiz José Arimatéia, da 15º Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado, iria ouvir hoje oito fiscais envolvidos no esquema e mais três testemunhas de acusação.

Quimera I e II - Ao todo, 16 Agentes de Tributos Estaduais, ATEs, da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, foram acusados de integrar uma quadrilha, que junto com intermediadores e inúmeros empresários sonegou R$ 400 milhões dos cofres do Estado somente no primeiro semestre de 2005.

O esquema funcionava com o desvio das terceiras vias de notas fiscais interestaduais de entrada de mercadorias, a guia de controle da secretaria para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).A fraude era articulada principalmente nos postos fiscais do Rio Correntes, na divisa com Mato Grosso do Sul, e Cabeceira e Pontal do Araguaia, na fronteira com Goiás. Os agentes de tributos e os intermediários recebiam comissões de 1% a 4% do valor da nota fiscal, pagas pelos empresários.