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Quarta-feira, 07 de agosto de 2024

Notícias | Cidades

Caso Kaytto

Assassino confirma crime e Justiça vai decidir sobre exame de sanidade

Foto: Kelly Martins/Olhar Direto

Assassino confirma crime e Justiça vai decidir sobre exame de sanidade
Insanidade mental ou não? Esse é o questionamento feito na ação praticada pelo pedófilo Edson Alves Delfino (29), que abusou e matou o estudante Kaytto Guilherme do Nascimento Pinto (10), no dia 13 de abril. Édson responde pelos crimes de atentado violento ao pudor, homicídio qualificado e ocultação de cadáver do garoto, e na segunda-feira (22), a juíza da 12ª Vara Criminal, Maria Aparecida Fago, decidirá se Delfino será submetido a exames psiquiátricos para checar a sanidade mental.


A informação foi dada nesta sexta-feira (19) durante a primeira audiência de instrução de julgamento do caso, onde os familiares da vítima ficaram lado a lado do acusado. Sete testemunhas prestaram depoimento, inclusive, o réu-confesso, que reafirmou ter praticado o crime. Uma outra testemunha de acusação arrolada não compareceu, porém, foi dispensada pelo Ministério Público.

A Defensoria Pública foi quem fez o pedido para a instauração do incidente de insanidade mental do réu, através do defensor Altamiro Araújo de Oliveira. Caso seja comprovado que ele é um sociopata, Édson pode se tornar inimputável (não pode responder por si judicialmente) e não vai a júri popular. Dessa forma, ele será submetido a tratamentos e mantido em manicômio.

Conforme a juíza, a verificação dos autos do processo será feito na segunda-feira e só então, ela vai decidir se acata ou não a abertura do "incidente de insanidade mental". Se a magistrada deferir o pedido, o processo será suspenso e no prazo de 45 dias serão feitas as análises clínicas. No entanto, se negar a solicitação, o processo passa para a fase de alegações finais e, em seguida, será publicada a sentença.

O promotor de Justiça Antônio Piedade se opôs à realização do exame e indeferiu o pedido feito pelo MPE. “Há uma nítida demonstração de que o réu está ciente de sua deplorável conduta. Ele também mostrou lucidez, estando orientado no tempo e espaço. Também narrou sua conduta concatenando as idéias com início meio e fim”, declarou.

Testemunhas

Foram arroladas como testemunhas de acusação o pai de Kaytto, Jorgemar Luis Silva, o delegado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Márcio Pieroni, e o policial civil Gardel Lima. Também a garota que fez a denúncia anônima para a polícia, relatando que presenciou o momento em que Delfino teria dado carona ao garoto.

Ela estava no ponto ônibus, local que ocorreu a abordagem e onde Kaytto foi visto pela última vez. A juíza ouviu ainda o advogado Anderson Nunes de Figueiredo, que teria contratado Delfino e o irmão, Antônio Miguel do Nascimento, conhecido como “Tonildo”, para uma reforma na casa. Tonildo também foi ouvido e a tia do réu, Maria Amélia Queiroz.

Emocionado, o pai do garoto, Jorgemar Luis, disse que está inconformado com a situação. “Meu filho era tão inteligente e não sei como foi cair nessa. Na verdade, minha vida só não acabou porque tive dois filhos. Se tivesse tido apenas o Kaytto, eu não estaria vivo”, desabafou.

O irmão do acusado, Antônio Miguel, foi solidário aos familiares da vítima e não fez defesa a Édson Delfino. Ao contrário, não realizou nenhuma visita no presídio, nesse período, e chegou a afirmar que o irmão já era dado como morto para ele. “Para mim, meu irmão morreu no dia em que foi descoberto o crime”, declarou.

Cara baixa

Cabisbaixo. Foi dessa forma que Édson Delfino permaneceu durante os quatro depoimentos que acompanhou, das sete pessoas que foram ouvidas. As outras testemunhas preferiram falar na ausência do acusado por medo de represália. Sem querer olhar as pessoas e, principalmente, os familiares do garoto que acompanhavam a audiência, Delfino preferiu ficar o tempo inteiro olhando para os pés descalços, sem nenhuma emoção.

Ao ser chamado pela juíza para depor, ele voltou a confessar o crime e reafirmou que precisa de tratamento médico. “Tenho medo de voltar a fazer isso novamente”, disse ao solicitar ainda alguns remédios controlados que tomava a algum tempo e teriam deixado de ser ingeridos por ele, desde que foi preso. Relatou que no dia do crime, teria tomado um remédio e bebido pinga.

Ao ser questionado o motivo para que matasse o menino Kaytto, Delfino contou que queria esconder o crime de atentado violento ao pudor e negou a acusação de que teria tentado esconder o cadáver.

Durante suas declarações, os familiares ficaram emocionados e estavam a revolta do acontecido. Delfino solicitou a magistrada, que fosse encaminhado direto para a cela, no raio 5, da Penitenciária Central de Cuiabá, com receio dos riscos entre os outros presidiários.

Se pegar a pena máxima em todos os crimes pelos quais responde, o maníaco poderá acumular 43 anos de reclusão, além de pagamento de multa. Ele já possui condenação de 46 anos e 8 meses de prisão e cumpria pena em regime semiaberto por ter matado e violentado Anderson Costa da Silva, em novembro de 1999, em Primavera do Leste.


Primeira correção e atualização às 02h031
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