O Tribunal de Justiça de Mato Grosso concedeu Hábeas Corpus às duas advogadas presas da Operação Volver, deflagrada pela Polícia Federal na última semana. Kattleen Káritas Oliveira Barbosa Dias e Lucy Rosa da Silva, ambas acusadas de facilitar a comunicação entre presos, e atuantes da região de Cáceres, estão em liberdade desde a tarde de hoje, 12.

Kattleen, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, informou que o Hábeas Corpus foi concedido por existir uma rixa pessoal entre ela e o juiz que decretou a prisão. Outro motivo é que, no inquérito policial, ela é acusada de receber dinheiro financiado pelo tráfico, já que prestava seus serviços de advogada a um traficante da região.

O Tribunal de Justiça entendeu que essa tese não é fundamentada, já que o advogado não tem obrigação de saber onde é gerado o dinheiro que paga seus honorários.

Operação Volver - A operação nasceu a partir de investigações vinculadas à Operação Teimoso, deflagrada em 2008. Durante o processo de investigação já foram instaurados seis inquéritos, presas onze pessoas; apreendidos 43 quilos de cocaína; uma submetralhadora e R$ 56.870,00.

Nesta operação a PF conseguiu juntar provas contra membros da quadrilha que na época da Operação Teimoso não puderam ser comprovados. Os membros da quadrilha continuaram com os crimes, o que justifica o nome da operação.
O nome “Volver” é o equivalente em espanhol a palavra “voltar” pois simboliza a reincidência dos investigados no cometimento de crimes e na manipulação de sua liberdade para voltar ao tráfico.

Dos principais alvos investigados na operação, 60% tem passagem pelo mesmo crime de que estão sendo acusados agora e 30% estão presos, mas mesmo assim continuam comandando o tráfico de drogas, deixando claro o círculo vicioso em que estão inseridos os membros destas quadrilhas, sem perspectiva de deixar a criminalidade.

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