Com um déficit de R$ 4 milhões a Santa Casa da Misericórdia de Cuiabá opera no limite e pede socorro. A dívida afeta diretamente o fornecimento de medicamentos e materiais necessários para o funcionamento da unidade. Visivelmente preocupada com a situação financeira do hospital que a diretora administrativa Maria Auxiliadora Dorileo Rosa pede que os governantes e população se sensibilizem com a causa. “Pedimos socorro, nós não podemos deixar que um hospital de 200 anos de serviços prestados a população de Mato Grosso morra desta maneira”, assevera.
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Mensalmente a unidade de saúde, que possui 258 leitos, sofre para fechar as contas, pois a cada orçamento a Santa Casa acumula um rombo de meio milhão de reais. Diante de uma receita que gira em torno de R$ 3.150 milhões, e uma despesa de R$ 3.650 milhões, a unidade se torna dependente de doações e da fidelidade no pagamento dos repasses do Governo do Estado da Prefeitura de Cuiabá.
Porém, na prática a realidade é outra. Desde o mês de junho a Santa Casa de Misericórdia não recebeu o pagamento das Unidades de Terapias Intensivas. Apesar da alegação do hospital, a Secretaria de Saúde do Estado nega a existência de qualquer contrato com a Santa Casa e reitera que os repasses pagos para o Município estão em dias. A secretaria também alega que quem tem contrato com a unidade é a Prefeitura de Cuiabá.
Diante desta situação, a diretora teme pelo pior e traz na face uma expressão de incomodo ao relatar sobre os trabalhos prestados pela unidade. “Precisamos sensibilizar os governos e a população para ter um olhar para a doação. Quando uma criança chega aqui toda a nossa equipe se desdobra para atendê-la, e muitas delas vêm como salvação o tratamento”, relata a diretora que ressalta que a unidade é uma das poucas que possui oncologia pediátrica.
Outra dificuldade enfrentada pela Santa Casa de Cuiabá é quanto à proporcionalidade de atendimentos Sistema Único de Saúde (SUS), 87% e particulares ou convênios, apenas 13%. “Mesmo sabendo que recurso do SUS é menos, pois tem uma tabela defasada, os nossos médicos se dedicam 24 horas. Ser profissional é fácil, mas ser competente e humano é raro”, afirma Maria Auxiliadora.