Traficantes e assaltantes de carros utilizam, pelo menos, 130 estradas vicinais , conhecidas como ‘Cabriteiras’, para tentar burlar a fiscalização na região de fronteira com a Bolívia. No total são 28 municípios – o que representa um total de 704 km de fronteira seca e outros 200 km de fronteira alagada. Em decorrência da extensa área, muitas propriedades rurais acabam sendo alvos de criminosos que ‘fabricam’ as estradas com muita agilidade.
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“Nós atualizamos esse levantamento e, no período de seca, temos entre 120 e 130 cabriteiras já mapeadas. No período de chuva esse número cai considerando a situação de alagamento em pelo menos 70%. Com o trabalho de inteligência conseguimos monitorar boa parte dessas rotas”, explica o comandante do Grupo de Policiamento Especializado em Fronteira (Gefron), tenente-coronel Wankley Corrêa Rodrigues.
Ele pontua que “a Bolívia ainda continua recebendo grande quantidade dos veículos roubados, mas o trabalho intensificado e os acordos para o repatriamento dos veículos com a Polícia Boliviana começam a alterar esse cenário”. Neste ano, seis veículos foram repratriados.
Com a fiscalização, cada vez mais veículos são levados para o interior do Estado e, muitas vezes, são empregados em propriedades rurais, ficando assim mais complicada a localização dos mesmos.
Somente nesse ano, dados da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, aponta que 402 veículos foram recuperados no primeiro semestre de 2014. No mesmo período do ano passado, as forças de segurança localizaram 167 veículos. O número de veículos recuperados na região de fronteira aumentou 140% se comparado com janeiro a junho de 2013.
Desse total, o Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron) localizou 91 veículos sendo 26 automóveis de passeio, 22 caminhonetes e 19 motocicletas. Além disso, os policiais do Gefron encontraram ainda máquinas agrícolas, carretas, caminhões e até três embarcações roubadas. Atualmente o Gefron dispõem de apenas 100 policiais que atuam nas bases fixas instaladas na região conhecida como ‘Avião Caído’ (Porto Esperidião); Matão (instalada na região de Pontes e Lacerda) e Vila Cardoso (Porto Esperidião).
O secretário de Segurança, Alexandre Bustamente, pontua que Mato Grosso – ainda continua sendo rota para o tráfico- mas frisou que os investimentos em aparato de segurança são cada vez maiores. “O trabalho é feito para diminuir essa oferta que tem como destino o Rio de Janeiro, São Paulo, até Brasília. A estratégia é atacar, mas com trabalho de inteligência. Nós não vamos conseguir estancar o tráfico, a criminalidade, mas possuímos estratégias para redução”.
