Os médicos do Hospital Regional de Colíder (634 km de Cuiabá) prometerem paralisar 100% dos serviços na unidade, caso o Governo do Estado não pague a dívida de aproximadamente R$ 8 milhões. Ao Olhar Direto, os profissionais relataram que já estão há mais de três meses sem receber salário e que faltam medicamentos na unidade de saúde que atende cerca de 15 cidades.

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“Se dentro de 30 dias não houver uma resposta por parte do governador Pedro Taques (PDT), nós iremos paralisar todos os serviços no hospital. No momento, nós estamos com 30% dos profissionais atuando em casos de urgência e emergência. Nunca deixamos de prestar atendimento à população, continuamos fazendo o nosso trabalho bem feito. Não houve nenhuma morte lá durante este período”, ressalta o pediatra neonatologista, Dr. Antônio Queiroz.
 
Segundo o pediatra, os profissionais não receberam os salários de novembro, dezembro do ano passado e janeiro deste ano: “Nós estamos pagando para trabalhar lá. O hospital atende cerca de 15 cidades da região. Além de não receber, ainda temos a dificuldade de falta de materiais e também medicamentos para os pacientes”, garante o médico.
 
O diretor da Cooperativa de Anestesistas de Mato Grosso, Carlos Coutinho, que também atua na unidade, ressaltou que “estamos trabalhando sem contrato, portanto, temos respaldo da Lei para paralisar os serviços. O secretário, o governador e o Ministério Público sabem desta situação, foram avisados. Inclusive, foi feita uma promessa de que a situação estaria resolvida”.
 
Sobre a visita feita pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Polícia Militar e Ministério Público Estadual (MPE) em que foi denunciado que os profissionais faziam corpo mole. O pediatra conta que: “Acredito que isto possa ser alguma jogada política. Temos uma casa em frente ao hospital em que os médicos ficam no aguardo de alguma coisa. Queremos acreditar que eles não querem nos dar um calote”.
 
Uma nota de repudio deverá ser enviada pelo conjunto de médicos do hospital para o governador do Estado, Pedro Taques e para o secretário de Estado de Saúde, Marco Bertúlio. “Se ele disse que terminará as obras da Copa do Mundo, que custaram milhões, porque não pode pagar os profissionais que fazem atendimentos básicos”, questiona Antônio Queiroz.

Outro lado

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (SES), informou ao Olhar Direto que o salário de dezembro já foi pago e o de janeiro será quitado até o dia 20 deste mês. Ainda foi dito que o Estado está fazendo o repasse e que os débitos estão sendo quitados. O restante da dívida deixada pela gestão anterior, deverá ser parcelada.

Também foi dito pela assessoria que "uma situação identificada in loco, era o fato de que muitos médicos não estavam cumprindo a escala de serviço e não estavam no hospital. Tinha profissional dando plantão no hospital, sendo que deveria estar em outro local". O promotor da cidade determinou que eles retornassem para a unidade e alertou que cobrará o cumprimento do dever.

Sobre a falta de medicamentos e insumos, foi dito que era por falta de pagamento, o que também já foi resolvido. O repasse feito pelo Governo do Estado foi de R$ 2,5 milhões. "Uma equipe da SES está fazendo auditorias em vários hospitais procurando identificar irregularidades".