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Domingo, 16 de junho de 2024

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Cansada de assaltos, empresária fecha às portas de loja 'O Boticário' da Fernando Corrêa após 34 anos

Foto: Assessoria

Cansada de assaltos, empresária fecha às portas de loja 'O Boticário' da Fernando Corrêa após 34 anos
O fechamento de estabelecimento comerciais em razão de assaltos, além das inúmeras reclamações quanto à segurança pública, foram temas debatidos em uma reunião entre a Federação do Comércio, empresários, Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDL) e os secretários de Segurança Pública, Mauro Zaque, e de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo. A estatística oficial aponta que os crimes contra patrimônio somam 2.692 ações em Cuiabá. O debate sobre as ações implementadas e as reclamações dos empresários,  encontro ocorrido na sede da CDL Cuiabá foi conduzido pelo presidente da FCDL-MT, Paulo Gasparoto e da CDL Cuiabá, João Batista Rosa.

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A empresária Dalva Ferraz, proprietária da empresa Matos Comércio de Perfumes e Cosméticos LTDA, franqueada da marca 'O Boticário', em Cuiabá e Várzea Grande, foi a primeira a se manifestar. Ela leu um documento onde informa ser obrigada a fechar às portas de uma das lojas que funcionava  na avenida Fernando Corrêa. Instalada no local há 34 anos o estabelecimento se viu impossibilitado de continuar em funcionamento pelos constantes e violentos assaltos.   

Apesar de ter  protocolado em diversas instituições como Casa Civil do Governo de Mato Grosso, Secretaria de Segurança Pública do Estado, Assembleia Legislativa de Mato Grosso e Ministério Público Estadual, a empresária entregou o manifesto nas mãos do secretário Mauro Zaque.    

No relato, ela conta que somente  este ano sofreu quatro assaltos a mão armada, com ameaças e agressões. A empresa destaca que os fatores que levaram a diretoria a tomar esta decisão tão extrema foram os traumas físicos e psicológicos que sofrem as funcionárias a cada assalto, os prejuízos financeiros, a sensação de impotência em relação à solução do problema e o cenário de insegurança pública crescente da capital mato-grossense.     

Consta na nota encaminhada à imprensa que a diretoria da empresa compartilha com a sociedade a angústia e a frustração empresarial diante da precariedade de um serviço público de segurança pelo qual todos os cidadãos pagam por meio de impostos. Para os diretores da Matos, a decisão de fechar a Loja 2 é profundamente frustrante e desestimuladora.  

“Nós fizemos esse manifesto para mexer, para que se levantasse realmente a discussão sobre o assunto,  porque só ficarmos reclamando não adianta. Nós tínhamos que mostrar que estamos insatisfeitos e inseguros isso envolve famílias, pessoas, seres humanos”, disse Dalva Ferraz.  

Representantes do Grupo City Lar e Moda Verão também fizeram relatos de violência e abuso. De acordo com Geraldo Bezerra, do Grupo City Lar nos três primeiros meses deste ano a empresa já contabilizou o montante de prejuízo com roubos equivalente a 50% do que ocorreu em todo o ano de 2014. Geraldo pediu soluções imediatas e contou que na semana passada, em Várzea Grande, os assaltantes entraram com um carro dentro da loja em pena luz do dia para roubar televisões.   

“ O índice de criminalidade tem aumentado muito e infelizmente a força pública não está conseguindo se fazer presente nas ruas. Falta mais firmeza, mais presença do Estado, é necessário que se faça presente e não trabalhar só com projetos a longo prazo. Todos nós estamos sofrendo na pele. Nós cremos que mais policiais nas ruas, uma polícia ostensiva daria um bom resultado a curto prazo ”, destacou Geraldo Bezerra.  

Segundo a assessoria da Câmara de Dirigentes Logistas, os  relatos mostraram que o número de assaltos cresceu tanto que os comerciantes acabam nem registrando boletim de ocorrência. Um exemplo é o caso do empresário do Grupo Moda Verão, Junior Cesar Vidotti, que tem muitas lojas nos bairros explica que a burocracia é tamanha no caso de registro de boletim de ocorrência que até os policiais orientam a não fazer. Ele relata que enfrenta com frequências furtos pequenos, arrombamentos da loja á noite e assaltos a mão armada. Vidotti comenta que é grande a sensação de impunidade e que os crimes aumentam e a população está de mãos atadas.  

O presidente da FCDL-MT, Paulo Gasparoto que também é proprietário das lojas Decorliz contou ao secretário sobre a audácia dos ladrões em sua loja na Fernando Correa. Roubaram compressores de ar  condicionado (área externa) e fez com que a loja ficasse por 20 dias sem funcionar, ao repor os aparelhos o que custou cerca de R$ 80 mil reais, enfrentaram outro roubo ousado, os transformadores da rede de energia elétrica.   

Gasparoto também contou que são contínuos os assaltos à loja de perfumes importados, e durante o assalto levam os celulares de clientes e funcionários. “Tivemos que pagar 26 celulares roubados, gastamos 15 mil reais”, disse o empresário. Sem falar que as empresas não conseguem mais funcionários por conta do pavor que os assaltos constantes provocam.

 O presidente da CDL Cuiabá, João Batista Rosa, explicou ao secretário Mauro Zaque que o comércio compreende as dificuldades enfrentadas pelo novo governo, mas precisavam repassar a ele a real situação dos empresários que precisam abrir suas lojas e conviver com a falta de segurança. João Rosa externou sua preocupação com a constante argumentação de que polícia na rua não resolve o problema da violência. “Não somos ingênuos para pensar que o policiamento ostensivo, isoladamente, resolveria todos os problemas, mas seria também ingenuidade pensar que a polícia nas ruas não inibiria uma boa parte dos crimes cometidos”, disse o presidente da CDL Cuiabá.

Diante dos fortes e apelativos relatos dos comerciantes o secretário de Segurança Pública apresentou um raio-x da situação da pasta, falou sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos, as operações nos bairros, a quantidade de pessoas presas. Mas foi direto ao dizer que não tem como aumentar o efetivo de imediato. “A situação é difícil, não chegamos nessa situação do dia pra noite e não vamos sair do dia pra noite, estamos trabalhando com metas, com programa de gestão muito profundo, muito sólido e acho que em breve vamos conseguir resultados satisfatórios”, disse o secretário de Segurança Pública.
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