Mato Grosso é o primeiro estado da região Centro-Oeste o segundo do país em número de assassinatos em disputas no campo do país, com cinco mortes registradas. Há relatos ainda de uma tentativa e oito ameaçados de morte. Os dados integram levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) - ‘Conflitos no Campo Brasil 2014’ - e apontam um cenário envolvendo a disputa por terras e pela água em todo território brasileiro. No país, a primeira 'classificação' em mortes pertence ao estado do Pará, com nove registros. Em segundo lugar estão Maranhão, Rondônia e Mato Grosso, com cinco casos.
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A violência contra ocupação e posse também ‘garantiu’ a Mato Grosso a segunda classificação na região Centro-Oeste com 30 conflitos registrados, que envolveram 1.618 famílias. No ‘ranking’ apontado pela pesquisa está o estado de Mato Grosso do Sul com 55 ocorrências. Em toda a região Centro-Oeste, 13.889 registros.
De acordo com o relatório, o total de conflitos, incluindo aqueles por posse de terra, trabalho, água e outros, em 2014, teve aumento de apenas 20 casos com relação ao ano anterior. Em 2013, foram 1.266 e no ano passado, 1.286.
“Antes, as pessoas podiam tentar recuar, ou ficar quietas, tomar consciência do perigo que corriam, mas agora parece que não está havendo essa chance. O número de assassinatos aumentou de 34 para 36 no total, mas o número de tentativas foi assustador”, disse a coordenadora da Pastoral da Terra. Conforme dados do relatório, em 2013, houve 15 tentativas de assassinato e, no ano passado, 56, o que representa aumento de 273% no número de casos, a coordenadora nacional da CPT, Jean Ann Bellini.
O levantamento aponta também seis conflitos registrados por causa da água, com envolvimento de 1.247 famílias. O número de conflitos em zonas rurais por disputa de água foi recorde no ano passado, com 127 casos envolvendo 42.815 famílias e 214 mil pessoas, conforme o relatório Conflitos no Campo 2014, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado na segunda-feira, 13.
Segundo o relatório, na comparação com 2013, houve aumento de 26% nas disputas pelo recurso hídrico. Naquele ano, foram registrados 101 casos, o mais alto número até então. A CPT acompanha os conflitos por água nas áreas rurais do Brasil desde 2002. (Com informações da Agência Brasil)
