Dois médicos que atuavam na rede municipal de Cuiabá foram exonerados dos cargos por descumprimento da carga horária de trabalho. A conduta desses profissionais foi apurada pela Corregedoria-Geral e Procuradoria do município. O relatório da comissão disciplinar apontou desleixo e lesão aos cofres públicos, já que o trabalho não estava sendo integralmente desempenhado.

Um dos médicos teria trabalhado metade do previsto entre as segundas e quintas, apenas no período da manhã, no Programa de Saúde da Família, do Bairro Parque Atalaia, na capital. Além disso, faltava ao serviço todas as sextas-feiras, segundo a prefeitura de Cuiabá. No entanto, o profissional recebia salário correspondente a uma jornada de 40 horas semanais, ou seja, deveria trabalhar 8 horas por dia. O médico faltou 172 dias de trabalho nas sextas-feiras.

Durante o processo administrativo, esse médico negou à comissão qualquer irregularidade, mas se comprometeu a trabalhar em horário diferenciado. Alegou ainda, de acordo com a administração municipal, que às sextas-feiras cumpria outro contrato com a prefeitura e que havia um acordo para que cumprisse aquele horário e, no período da tarde, atuasse em outra policlínica. Apesar desse acordo, a comissão entendeu que ele acumulava cargo de forma ilegal e estava faltando ao trabalho.

Já a outra médica demitida atuava no Centro de Saúde Dom Aquino. A comissão constatou que ela trabalhava duas horas a menos por dia e faltava todas as segundas-feiras. Foi identificado que ela teve 104 dias de falta.

Desde 2012, 79 servidores do município foram demitidos dos cargos. Quarenta e um receberam suspensão e um, advertência, segundo levantamento da prefeitura.

O G1 tentou manter contato com o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), mas não obteve sucesso.