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Sexta-feira, 28 de junho de 2024

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Lar doce lar

Estado usa mão de obra de presidiários para reformar centro que atende deficientes mentais

Foto: Mayke Toscano/GCOM-MT

Estado usa mão de obra de presidiários para reformar centro que atende deficientes mentais
O centro Lar Doce Lar, que abriga pessoas com deficiência mental e física, passará por uma reforma completa a partir desta semana. Para isso, o Governo do Estado usará mão de obra de presidiários que cumprem pena no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Todos os dias, cerca de 10 ou 12 reeducandos sairão do presídio, no bairro Carumbé, e irão até o Lar, no bairro do Baú, para trabalhar na construção. A estimativa é que a obra dure cerca de quatro meses.


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Os presos terão também acompanhamento psicológico e de assistentes sociais para evitar intercorrências fora da prisão. De acordo com Cintia Nara, da Fundação Nova Chance, a cada três dias trabalhados, os reeducandos terão um dia reduzido da pena. A instituição, que é vinculada à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), fará o acompanhamento dos presos na obra.

A Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) também será parceira da reforma, doando material, além de ajudar com pessoal. Além disso, os presidiários também têm ido ao Lar Doce Lar para carpir e limpar o terreno, que chegou a ser tomado pelo mato nos períodos em que não havia ninguém para cuidar disso.

Precariedade

A casa, que funciona no mesmo local há 10 anos, no Bairro do Baú, está em situação precária, com goteiras, problemas elétricos e má distribuição das peças. A gerente do Lar Doce Lar, Sonia Duarte Monteiro, informou que uma reforma foi realizada no ano passado, porém, deixou a casa em situação pior do que estava antes.

“Onde tínhamos as coisas tudo certinho, separado com divisória, foram retiradas. Hoje em dia a gente estende a lâmpada no teto, porque tiraram a tomada e não colocaram de novo. E onde eles trocaram telhado, ainda chove aqui dentro do mesmo jeito. Espero que essa nova reforma traga condições melhores de vida para eles”, disse, referindo-se aos 16 deficientes que moram no local.

Desses, apenas quatro mantém algum contato com a família; os outros foram deixados no local ainda crianças, e foram criados pelos funcionários. Antes de ser vinculado à Secretaria de Saúde, a casa já foi mantida pela extinta Prosol, e funcionava onde hoje é o Instituto Lions de Visão, a algumas quadras do endereço atual.  Os 16 internos recebem atendimento psiquiátrico no local.

Carinho dos moradores

A primeira-dama do Estado, Samira Martins, relatou que, quando foi conhecer a unidade, no começo do mandato do governador Pedro Taques (PDT), em janeiro, ficou assustada com a situação do local. “Quando cheguei aqui, o mato estava com mais de 2 m de altura, porque tinha mais de ano que não limpavam. E no começo do mandato do Pedro não tinha como licitar, e também não tinha máquina. Aí fomos atrás dos reeducandos. Eles vieram aqui e fizeram a limpeza. Agora todo mês eles vêm para manter limpo, o mato, as árvores”, contou.

Samira, que tem ido ao Lar com frequência, disse que se emociona com o carinho dos moradores do local. “O pessoal aqui quer carinho, abraço. Isso comove a gente. Eu acho que faz mais bem para quem vem visitar do que para quem está aqui. Eu me apeguei a eles, e direto eu passo por aqui para ver como eles estão. E chego aqui e eles estão muito felizes, só abraços e sorrisos. São as pessoas mais felizes que eu conheço e isso me faz bem”, disse.

O Lar Doce Lar é uma das sete unidades que compõem o complexo Adauto Botelho, e a única unidade mantida pelo Estado a abrigar pessoas com deficiência mental. Na unidade I do Adauto Botelho, destinada ao atendimento de pessoas com transtorno mental e que são acometidas por surtos, também há internação de pessoas que foram abandonadas pela família. Apesar da lei nº 10.216, que acabou com as internações com características de asilo, muitos permanecem no hospital porque não têm para onde ir, ou por decisão judicial, por não terem condições de serem reintegradas à sociedade. 
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