O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso decidiu autorizar uma visita por semana a partir do próximo domingo, 12, para os mais de 10 mil detentos do Estado, abrigados em 53 cadeias públicas e quatro penitenciárias. A medida foi anunciada no final da tarde deste sábado, 11, após uma série de ataques promovidos em represália à falta de cigarros, visitas e entrega de alimentos.
O mentor da ação foi identificado como sendo o detento Reginaldo Moreira, que cumpre pena por roubo na Penitenciária Central do Estado (PCE). As visitas foram suspensas com a greve da categoria, deflagrada no último dia 1º de junho.
A classe está em greve desde a última semana em exigência pelo pagamento do Reajuste Geral Anual (RGA) que de 11,28%.
Leia Mais:
Governo espera cumprimento de decisão judicial e quer garantir visitas a presidiários em MT
As ações criminosas resultaram na completa destruição de três ônibus destinado ao transporte coletivo, duas motos, e outros três veículos, sendo um deles, uma viatura da Polícia Militar que estava inutilizada.
"Na verdade, essa é uma decisão conjunta entre Fórum Sindical e a comissão de greve. Atende a uma solicitação da corregedora do Tribunal de Justiça, Maria Erotides tendo em vista que existem alguns processos relacionados ao sistema penitenciário e próprio dissídio coletivo do RGA. Com isso, essa flexibilização, o TJ terá um olhar diferenciado. Então, essa decisão foi tomada. Vai voltar uma visita por semana e a medida será reavaliada na próxima terça-feira,14”, garantiu.
A classe irá avaliar os resultados das negociações com o Executivo sobre o pagamento das perdas inflacionárias relativas ao período referente a 2015.
Batista ainda asseverou que dois agentes penitenciários sofreram emboscadas na noite de sexta-feira e que são muitas as ameaças registradas contra os servidores.
Em comunicado assinado pelo presidente da categoria João Batista pontua que a ‘classe não fugiu à luta’. Pondera ainda que os servidores vivenciaram o terror mediante ameaças feitas aos agentes e seus familiares e reclama da falta de interlocução com o Governo do Estado.
O Sindicato ressalva no documento, que o ‘movimento paredista vai continuar mais forte do que nunca e a flexibilização é uma demonstração inequívoca do respeito à sociedade’.
Prisões
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp) anunciou a prisão de 14 envolvidos na série de crimes, sendo que 10 detenções foram realizadas nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande e outras quatro em Primavera do Leste (cidade a 250 km de Cuiabá).
Por causa dos protestos, durante todo o fim de semana, o Governo do Estado garantiu a manutenção do reforço na segurança pública com emprego diário de cem viaturas. Na prática o número é o dobro do que é empregado diariamente).