Olhar Direto

Terça-feira, 20 de agosto de 2024

Notícias | Cidades

Corregedoria investiga

Pai questiona presença de secretário de Segurança em ação que terminou com morte de filho e diz não confiar na Polícia

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Pai questiona presença de secretário de Segurança em ação que terminou com morte de filho e diz não confiar na Polícia
“O secretário desce de helicóptero na quadra do bairro, se reúne com os policiais que estavam com meu filho e vai embora, seguir seu destino. Logo em seguida ouvimos os disparos que tiraram a vida do André. Ele viu meu filho vivo. O que ele foi fazer lá? Por que não mandou que prendessem ele então?” Estes são os questionamentos de Carlos Alberto Oliveira, pai do suspeito morto por policiais militares André Luiz Oliveira, há pouco mais de dez dias, em Cuiabá.


Leia mais:
Corregedoria da Polícia Militar abre procedimento para investigar ação que terminou com morte de suspeito de tráfico de armas

Ele alega que a família tem se sentido intimidada após a morte do filho e que conta agora com a atuação do Ministério Público Estadual (MPE), para investigar a ocorrência. “Acho que minha rua é a mais segura de Mato Grosso, porque vive cheia de viatura da policia. Toda a noite passam cinco ou seis em frente a minha casa, uma atrás da outra, devagar, sendo que antes não tinha isso aqui. Me diga você se isso não é intimidação”, afirma.

O episódio que culminou com duas mortes foi registrado após uma investigação do Serviço de Inteligência do 24º Batalhão da PM. Na ocasião, o soldado Elcio Ramos e o colega Wanderson José Saraiva investigavam os irmãos Carlos Alberto Oliveria Júnior, 33, e André Oliveira, 27, por tráfico de armas. Durante uma abordagem na casa dos suspeitos, o caçula teria entrado em luta corporal com o soldado e o matou com um tiro na cabeça. Seu pai diz que o disparo foi efetuado na tentativa de proteger o irmão.

Ele classifica a ação como “fora do normal”, ao criticar o fato de os militares, sem uniforme, tentarem entrar em sua casa sem um mandado. “Sabemos que existem muitos policiais bons, mas hoje eu não confio mais na polícia. Contamos agora com o Ministério Público. Por matar um policial defendendo o irmão, meu filho não podia continuar vivo. Ele era o troféu deles. Quando ele morreu os policias vibraram como se fosse um gol, mas isso eles vão pagar com Deus.”

Com relação aos questionamentos do pai e à acusação de se o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, teria se reunido com a PM antes que a vítima fosse morta, a pasta diz que a afirmação é “descabida” e o caso não será comentado. A situação é investigada pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e pelo MPE. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB - MT) também se posicionou e irá acompanhar o caso.

André Luiz tinha descoberto recentemente que seria pai; "Quem perdeu nessa situação foram as famílias, tanto a minha quando a do policial morto. Hoje, quem chora, são os pais, as mães, os parentes, porque isso as pessoas esquecem, os outros policiais voltam as suas atividades, à vida normal. Mas pra um pai e pra uma mãe, nada apaga o que aconteceu”, concluiu Carlos.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet