Olhar Direto

Segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Notícias | Cidades

Crise na saúde

Com alta demanda, PSMVG comunica o SAMU que está impossibilitado de receber pacientes; entenda

Foto: Secom/VG

Com alta demanda, PSMVG comunica o SAMU que está impossibilitado de receber pacientes;  entenda
A Superintendência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi informada que o Pronto-Socorro de Várzea Grande (PSMVG) está impossibilitado de receber novos pacientes que precisem de ventilação mecânica. A unidade alega que não têm leitos e macas suficientes para atender a demanda. O atraso no repasse do Governo do Estado também complica a grave situação da saúde em Mato Grosso. No Pronto-Socorro de Cuiabá (PSMC) o cenário também é crítico.


Leia mais:
Mendes reclama de repasses atrasados e promete manter hospitais abertos mesmo sem recursos
 
A Secretaria de Comunicação Social de Várzea Grande (Secom/VG) emitiu nota nesta sexta-feira (21), informando que notificou o Samu da incapacidade do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande em receber novos pacientes. Foi dito que após várias reformas de diversas alas, o setor de Box de Emergência ficou com 12 leitos de respiração mecânica, sendo que destes, 11 estão ocupados.
 
Por conta deste cenário, a superintendência do Samu foi alertada pela direção do PSMVG que neste momento está impossibilitada de receber pacientes que precisem de ventilação mecânica, ante a ausência de leitos e macas, suficientes para atender a demanda. A nota ainda lembra que a unidade é regida pelas regras do Sistema Único de Saúde (SUS) e que recebe pacientes com quadros graves inclusive da Concessionária Rota do Oeste, decorrente de acidentes automobilísticos.
 
Por fim, é informado que a Secretaria de Saúde está acompanhando a crescente evolução no número de atendimentos realizados pelas unidades de saúde do município e que superam em mais de 50% o volume de pacientes pertencentes a outros municípios de Mato Grosso e em alguns casos de outros Estados.
 
A Secretaria de Comunicação ainda informou ao Olhar Direto que o fechamento de hospitais no interior e os problemas no Pronto-Socorro de Cuiabá fizeram com que o número de atendimentos aumentasse ainda mais em Várzea Grande. “Nós tínhamos cerca de 40% dos atendimentos de pessoas de fora do município, nestas últimas duas semanas o percentual chegou a 65% de pessoas de outras cidades e até Estados”, informou.
 
Crise em Cuiabá
 
Em Cuiabá, há atraso no repasse de recursos por parte do governo do Estado, que gira em torno de R$ 35 milhões, entre custeio, as obras do novo Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá, serviços contratualizados e outros. No dia 15 de outubro, o secretário de Saúde de Cuiabá, Ary Soares de Souza Junior, disse que a situação pode se agravar nos próximos 30 a 60 dias, caso o repasse não aconteça.
 
A rede física de serviços de saúde de Cuiabá é composta por 176 unidades que incluem a Central de Regulação, três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Especialidades Médicas (CEM), 20 Centros de Saúde, 10 Clinicas Odontológicas, 70 Equipes de Saúde da Família, uma Farmácia Popular, quatro hospitais especializados, um Laboratório Central, 4 policlínicas, duas unidades de pronto atendimento e  50 unidades de saúde da família.
 
O custo da produção geral Ambulatorial e Hospitalar segundo Nível de Complexidade, da Rede SUS Cuiabá no período de março a junho foi de R$ 55.636.663,63 sendo 65,3% desse total  gasto na produção hospitalar de média complexidade  e 43,7% nos procedimentos ambulatoriais de média complexidade.
 
O prefeito Mauro Mendes (PSB) descartou fechar as unidades de saúde, mas alertou que a situação é crítica: “É impossível fechar unidade de saúde. Com boas condições ou com condições inadequadas, nós vamos continuar operando”, garantiu à imprensa. “Cuiabá está repassando 32% da receita corrente líquida para a saúde. Temos feito um esforço muito grande para não deixar a peteca cair. Tradicionalmente, o interior já manda muita gente para cá, agora imagina com muitos hospitais fechando. Já teve dias que tivemos 142 pessoas no corredor do Pronto Socorro. Nós já ultrapassamos o limite”, disse.
 
Na segunda-feira (17), o Estado repassou R$ 7,2 milhões para pagamento dos serviços de saúde na Capital do estado. Em 10 dias, o município já recebeu R$ 11,2 milhões de repasses para garantir atendimento de saúde à população, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES).
 
O repasse para a Prefeitura de Cuiabá, segundo a pasta, visa garantir a regularidade nos atendimentos. Além das transferências obrigatórias, Cuiabá também recebe mais R$ 2 milhões por mês para manutenção do Hospital São Benedito, destinados à realização de cirurgias ortopédicas e neurológicas.

Ao Olhar Direto, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá informou que o "PSMC é um hospital 'porta aberta'. Mesmo com dificuldades nunca deixou de atender a quem procura a unidade e não deixará de atender. Essa é uma posição já externada pelo Prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes e os gestores da Saúde em outras ocasiões em relação aos repasses de recursos, a questão está sendo tratada de forma oficial, nos órgãos competentes".
 
No início do mês, quatro hospitais regionais anunciaram que iriam paralisar em Mato Grosso, para cobrar o recebimento de salários, atrasados desde abril deste ano em alguns casos. Os médicos ameaçaram entrar em greve e só retornar após a quitação dos débitos pelo Estado. Com a paralisação os serviços, as unidades de saúde, localizadas em Alta Floresta (779 km de Cuaibá), Rondonópolis (215 km de Cuiabá), Colíder (634 km de Cuiabá) e Sorriso (395 km de Cuiabá), só realizam atendimentos de urgência e emergência.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet