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600 MANIFESTANTES

Ato contra PEC 241 reúne trabalhadores, estudantes e ex-candidato a prefeito de Cuiabá

11 Nov 2016 - 18:27

Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Manifestação de Hoje (11)

Manifestação de Hoje (11)

“Uma manifestação por nenhum direito a menos”, assim definem os mais de 600 trabalhadores e estudantes presentes no ato realizado na Praça Ipiranga, em Cuiabá, às 15h30 desta sexta-feira (11). Com cartazes, bandeiras e um caminhão de som, representantes de sindicatos de Mato Grosso, de movimentos estudantis e partidos políticos condenaram a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que prevê congelamento em investimentos básicos para os próximos 20 anos e que hoje tramita no Senado como PEC 55.


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Contra Ataques:

Representando a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o professor e ex-candidato a vereador, Robinson Cireia, é irredutível quando a necessidade do ato. “Estão atacando os direitos dos trabalhadores com as Propostas de Emenda Constitucional 257 e 241, com as reformas da previdência pela retirada de direitos trabalhistas, reformas do ensino médio e a venda que fizeram ontem do Pré-Sal. Estamos na rua para mostrar que nós não aceitamos esses ataques. Defendemos os direitos dos trabalhadores e um Estado que atenda o povo”, falou ao Olhar Direto.

Ele explica um pouco mais sobre a grandiosidade do ato, que vai além das 600 pessoas presentes. “Várias cidades de Mato Grosso estão fazendo atos separados. A ideia é mobilizar o maior número de pessoas possível no Estado e colocar nessa luta e preparar o horizonte para uma greve geral. Os estudantes estão ocupando escola, estudantes da UFMT estão participando do ato, os trabalhadores sem terra, etc. Queremos um país com serviços públicos de qualidade e não o seu fim”, concluiu.

Realidade da UFMT:

Já Reginaldo Silva de Araújo, presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Mato Grosso (ADUFMAT), vê um risco claro ao andamento das atividades da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) caso a PEC 241 seja instaurada. “Estamos falando de uma universidade que dobrou seu número de alunos, são 33 mil, isso é resultado de uma política de expansão. Quando se começa a cortar recursos você coloca em risco essa expansão”, afirmou.

Ele fornece um dado concreto. “Em Várzea Grande está sendo construído um campus universitário par alojar cinco cursos de engenharia, os alunos estão tendo aula no campus de Cuiabá, pois as obras estão atrasadas, os professores estão atuando no campus de Cuiabá. Se não houver o aporte de novos recursos para construção de novos prédios de Várzea Grande, o sonho de se ter um campus universitário lá ficará somente em sonho”.

Ainda, outros fatores podem colocar em risco a qualidade dos serviços prestados pela universidade, como falta de investimentos em contratação de professores, falta de estruturas e o risco de cancelamento de bolsas estudantis, o que pode comprometer a continuidade dos estudos de moradores de bairros de periferia, cita Reginaldo Araújo.

Por isso, “temos na data de hoje este ato, de manhã fechamos o campus da universidade, e agora estamos somando a todas as outras categorias para denunciar que a PEC, infelizmente, só vai atingir o serviço público”, conclui.

Procurador Mauro:

Recebido com holofotes, abraços e selfies, o terceiro colocado na última eleição pela prefeitura de Cuiabá, Procurador Mauro, esteve presente no ato e compartilha das críticas ao que ele considera um ataque à classe trabalhadora.

A PEC 241 “joga a conta da crise nos trabalhadores, pois você não vê a limitação dos gastos com juros da dívida, ou seja, o dinheiro que vai para os banqueiros está assegurado, agora o dinheiro para a saúde e a educação recebe um teto e é contido”, afirmou ao Olhar Direto.

Ele aproveitou para traçar uma análise critica ao projeto de mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Estão tentando revogar a CLT ou você acha que o trabalhador vai ter força para discutir com o patrão se ele tem ou não direito ao 13º salário? Quando o patrão colocar o emprego dele na parede e falar: ‘olha, ou você abre mão ou perde o emprego’, o empregado vai acabar renunciando a seus direitos garantidos há décadas”.

Juventude Atuante:

Todavia, o ato não foi marcado somente por figuras conhecidas do mundo sindical, mas também por estudantes de ensino médico, universitários e movimentos estudantis.  Como é o caso de Karine Almeida, estudante de letras pela UFMT, que avalia. “É muito importante nossa participação, principalmente por ser algo que vai atingir a todos nós, estudantes, professores, todo mundo. Precisamos estar aqui, pois são nossos direitos que estão sendo atingidos, precisamos ir à luta”.

Participação:

Os trabalhadores lutam contra redução de direitos trabalhistas, pela ampliação do debate da reforma no ensino médio e por limites maiores nos gastos com saúde e educação. Caso a PEC seja aprovada, os investimentos primários do Governo Federal ficarão limitados ao gasto do ano anterior corrigido pelo índice da inflação.

Alguns sindicatos estaduais que são alinhadas as centrais trabalhistas já anunciaram paralisação, como o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação Pública (Sintep-MT).  
 
Outros sindicatos estaduais, movimentos e partidos reforçaram o ato, como os Servidores da Carreira de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado (Sindes), Sindicato dos Servidores do Detran-MT (Sinetran), Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFMT (Sintuf), Associação Mato-grossense dos Estudantes Secundaristas (AME), União Nacional dos Estudantes (UNE), Levante Popular da Juventude, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido dos Trabalhadores (PT), entre outros. 
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