Após denuncia do
Olhar Direto sobre a situação de Josiane Siqueira, que se submeteu em maio deste ano a um transplante de medula óssea e que hoje necessita de medicamentos que o poder público não fornece com regularidade, o Ministério da Saúde se isenta de eventual culpa.
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Após transplante bem sucedido em Curitiba, Josiane faz uso de 12 medicamentos para manter-se viva, 11 deles adquiridos pelo programa Farmácia Popular. Ocorre que dois deles estão em falta: Aciclovir e Azitromicina. Assim, desde setembro a jovem tem se virado para comprar em farmácias particulares um tratamento que não cabe em seu bolso.
Josiane explica. “São remédios para controlar a doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH)”, isto é, evitar que as células do doador entrem em conflito com as delas, por incompatibilidade. Para evitar o pior, faz compras dos seus medicamentos em farmácias particulares. O que eleva em cerca de 300% seu custo de vida. Enquanto que pela Farmácia Popular gastaria R$ 25,00 ao mês, em uma particular pode custar até R$ 450,08.
Questionado por
Olhar Direto, o Ministério da Saúde esclarece, em nota, que “disponibiliza o medicamento azitromicina aos estados da federação para o tratamento de Tracoma nas seguintes apresentações, azitromicina 500mg e 600mg pó para suspensão frasco de 15ml. Vale ressaltar que a distribuição está regular e que os medicamentos são solicitados a partir de demandas dos Estados”.
Acrescenta que somente para o Estado de Mato Grosso “foram enviados neste ano 1.295 unidades (frascos) do medicamento azitromicina 600 mg. Além disso, 4.500 comprimidos de azitromicina 500mg”.
Desse modo, explica o Ministério da Saúde, “é importante lembrar que aquisição, armazenamento, controle de estoque e prazos de validade, distribuição e dispensação do medicamento azitromicina do Componente Básico da Assistência Farmacêutica é de responsabilidade dos estados, municípios e Distrito Federal. Fica de responsabilidade da União o financiamento do produto. Até o momento o Ministério da Saúde por meio do Fundo Nacional de Saúde já repassou para o Fundo Municipal de Saúde de Cuiabá/MT, R$ 2,6 milhões para o fornecimento de medicamentos”, fecha a nota.
"Muita coisa pra dizer nada", lamentou Josiane Siqueira ao
Olhar Direto. "Todas essas informações não fazem diferença nenhuma diante da realidade pura e simples, os medicamentos não estão disponíveis para venda".
A jovem sofre de leucemia e em no início deste ano conseguiu um doador compatível pelo cadastro do Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). O transplante foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e as passagens foram garantidas pelo TFD. Para bancar o custo de vida em Curitiba, fez inúmeras campanhas de arrecadação e venda de produtos para ajuda financeira. A atitude foi narrada em
Olhar Conceito.
Olhar Direto entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso novamente e até o momento esta não se posicionou.
