Após relatar em depoimento que não presenciou abusos por parte dos treinadores, o fotógrafo do 16º Curso de Formação do Corpo de Bombeiros, Lindomar Pereira, forneceu à Polícia Civil e à Corregedoria da corporação as imagens do exercício que precedeu a morte do aluno soldado Rodrigo Claro, 21, em novembro. O material, registrado na lagoa Trevisan será analisado pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e pelo Comandante Alessandro Borges Ferreira, que preside o inquérito institucional.
As imagens, as quais o
Olhar Direto teve acesso, mostram a rotina dos alunos na água e parte dos exércitos praticados por eles, e, como havia alegado Lindomar, não apontam irregularidades ao longo das aulas. Em uma das fotos, Rodrigo é visto de cabeça baixa, situação relatada pela fotógrafo. Na ocasião, ele estaria passando mal e em seguido orientado a voltar para o Batalhão, no bairro verdão.
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De acordo com o fotógrafo, diante das dificuldades relacionadas à atividade aquática, a tenente Isadora Ledur estaria “pegando no pé” de Rodrigo e de outros alunos. “Os instrutores cobram que os alunos façam as atividades, a tenente Ledur pegava no pé do AL SD Claro e de outro que não eram bons de água porque eles não estavam se esforçando como os demais.”
No relato ele afirmou não ter presenciado nenhuma situação “estranha”, e disse que os alunos eram orientados a se manterem sempre próximos. O fotógrafo também informou ter participado de um treinamento na piscina, anterior ao exercício realizado na lagoa. “Na piscina ela cobrava muito, pois quando eles nadavam lá, acabavam segurando nas raias. Então ela ia fazendo pressão mexendo nas raias e falando para os alunos continuarem.”
O caso
Depois de sair do treinamento com dores de cabeça e calafrios, Rodrigo ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 da quarta-feira (16). Ele teria sido dispensado no final do treinamento, após reclamar dos sintmas. O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele foi levado para a policlínica em frente à instituição.
Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma. O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte e por isso exames complementares serão realizados, de acordo com a perícia criminal.
Veja as fotos abaixo:
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