Por possível envolvimento nas mortes dos jovens Hugo Vinícius da Silva Salomé, 19, e João Vitor Alves de Oliveira, 20, cinco policiais militares foram afastados dos serviços nas ruas e remanejados para o setor administrativo da corporação. As vítimas, desaparecidas desde o dia 10 de janeiro, após uma abordagem policial, foram encontradas enterradas em uma área da cidade de Santo Antônio do Leverger (128 km de Cuiabá) na noite de quinta-feira, 19. De acordo com o coronel Edgar Maurício, três dos suspeitos foram ouvidos na quinta-feira (19), pela Polícia Civil.
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Em nota, ele explicou que os militares, pertencentes à equipe de Inteligência do 24º Batalhão, agora realizam trabalhos interno no Comando Regional de Cuiabá (CR I). A Polícia Militar (PM), também informou que a decisão do coronel foi tomada para evitar qualquer situação que pudesse atrapalhar o andamento do procedimento administrativo militar, que apura a denúncia de envolvimento dos profissionais no caso. A ocorrência também é investigada pela Corregedoria da PM.
A situação foi denunciada pela família logo após o sumiço dos amigos. A irmã de Hugo, Luzia Canette, relatou que o rapaz havia sido ameaçado de morte por um sargento da instituição. De acordo com ela, o policial já havia dito diversas vezes a seu irmão, que deixou a cadeia em dezembro de 2016, que quando o pegasse à noite, armado ou em alguma “quebrada”, iria matá-lo. Os cadáveres dos jovens estavam em sacos plásticos amarrados com fitas adesivas.
Recentemente, em entrevista ao Olhar Direto, a mulher também contou ter sido satirizada e ameaçada durante a procura pelos rapazes. “A PM ri da minha cara, do nosso desespero. Dizem que não procuramos meu irmão direito, por isso ele não foi encontrado.” Além do descaso, eles também se sentiam intimidados uma vez que viaturas da PM frequentemente tem rondado suas residências.
De acordo com Luzia, Sérgio Batistella, os dois rapazes foram abordados por um policial militar em uma viatura descaracterizada, no bairro São João Del Rey, em Cuiabá, na data de 10 de janeiro. À Paisana e em um veículo descaracterizado, modelo Pálio, o sargento responsável pelas ameaças teria parado a dupla, que estava e um Renault Clio. Na sequencia, duas viaturas da PM chegaram ao local e os levaram. Na base da PM do bairro ela foi informada que os dois haviam fugido, e por isso não havia dados sobre eles.
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