O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), João Batista, informou ao Olhar Direto que o detento Manaces dos Santos Dutra, que foi morto enquanto tentava fugir de uma audiência de custódia, no Fórum de Cuiabá, teria afrouxado a algema de outro detento. Ele ainda afirma que o tiro efetuado pelo servidor, serviria de aviso, mas que ele “cumpriu com o seu dever”.

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“A função do agente é impedir que o detento fuja. Porém, o espaço não favorece a ação dele. O preso estava há mais de 50 metros dele, houve determinação de parada, que não foi obedecida. Ele tentou dar um tiro de aviso, para cima, mas tem uma rampa e o preso subiu por ela, no exato momento”, disse o presidente.
 
O disparo atingiu as costas do preso, que chegou a ser socorrido por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC). Porém, ele não resistiu aos ferimentos e morreu. Manaces foi autuado por tráfico neste final de semana, na capital, e após a audiência de custódia teve prisão decretada pela justiça.
 
Anteriormente, ele esteve preso na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, de onde saiu no dia 23 de fevereiro deste ano, e era monitorado por tornozeleira eletrônica. Para o presidente do sindicato, o agente “cumpriu a missão dele, que é impedir a fuga do detento. Segundo o que nos foi passado, o rapaz que morreu ainda teria afrouxado a algema de um segundo detento, que desistiu de fugir”.
 
“O agente tem uma ficha exemplar, nunca teve problemas. Infelizmente, chegou o momento de ele agir e cumprir com a sua missão, com o que ele é designado a fazer”, finaliza o presidente. O agente penitenciário teve a arma recolhida no dia do ocorrido. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O caso
 
Um presidiário foi morto na tarde deste domingo (2) após tentar fugir de uma audiência de custódia no Fórum de Cuiabá. Manaces dos Santos Dutra, o recuperando, levou um tiro de um agente penitenciário.
 
De acordo com informações da assessoria da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), foi aberto procedimento interno para apurar a ocorrência. Manaces estava em  audiência de custódia com a juíza da 9a Vara Criminal, Renata Parreira, e quando os presos estavam sendo encaminhados para a área da carceragem do Fórum ele conseguiu soltar as algemas de mão para fugir. Apesar de receber ordem para que parasse, permaneceu em fuga. Neste momento, o agente penitenciário fez o disparo.