Um ato público fixou 118 cruzes na Praça Ipiranga, nesta quinta-feira (04), para simbolizar a média anual de mortes por acidente de trabalho em Mato Grosso. O ato público faz parte da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Canpat), que deverá ter outros eventos sobre o problema ainda esta semana.
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De acordo com a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE/MT), que organizou o ato simbólico, o evento faz parte da campanha Abril Verde, que alerta sobre os riscos de acidente de trabalho. O ato estava previsto para ser realizado no dia 28 do mês passado, mas foi adiado por conta da greve geral marcada na mesma data.
O ato contou com a presença de pelo menos 100 pessoas, de acordo com informações dos organizadores. Para o superintendente regional do Trabalho de Mato Grosso, Amarildo Oliveira Borges, sensibilizar a população é importante uma vez que os números de mortes no trabalho no estado tem demonstrado ser um problema alarmante.
“A questão do acidente de trabalho é uma questão crítica no país inteiro, mas é ainda mais alarmante em Mato Grosso. Principalmente no que se refere a óbitos. Por isso é tão importante sensibilizar os trabalhadores dos seus direitos e sobre o que tem que ser feito para evitar que esses números continuem crescendo”, alertou.
Segundo Borges, a média do número de óbitos por acidente de trabalho em Mato Grosso é de uma morte para cada 5700 habitantes. Enquanto que, no país inteiro, esse número é de uma morte para cada 14500 habitantes. Conforme explicou, a média mato-grossense é muito maior do que a nacional.
Seminário
As atividades do Abril Verde serão encerradas em Mato Grosso, com o Seminário "Acidentes do Trabalho – Conhecer para prevenir", a ser realizado no auditório da SRTE/MT, na sexta-feira (05/05), das 8h às 11h30, com participação gratuita.
Serão dois painéis – 'Acidentes de trabalho e suas consequências sociais e econômicas' e 'Ações regressivas decorrentes de acidentes de trabalho' – com a presença de auditores-fiscais do trabalho, engenheiros de segurança do trabalho, representantes sindicais, do Tribunal Regional do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, da Procuradoria da Fazenda Nacional, dentre outros.
Abril verde
O acidente do trabalho e as doenças laborais causam ao trabalhador consequências sociais e emocionais, colocando a vítima em situação de fragilidade, pela dificuldade de readaptação e recolocação no mercado de trabalhado, isso quando não tem reduzida sua capacidade de trabalhar. Boa parte das vezes, o trabalho deixa de gerar realização pessoal pelos resultados da produção e passa a ser uma ameaça à integridade física e mental do acidentado.
Por esse motivo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprova, em 2003, o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, e o Brasil institui, em 2005, o Dia Nacional em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho, por meio da Lei nº 11.121.
Dados oficiais registraram, nos últimos cinco anos, uma média de 710 mil acidentes do trabalho por ano. Destes, 2,8 mil resultaram em morte, além de serem contabilizados mais de 7 milhões de dias de trabalho perdidos a cada ano. Esses acidentes geram despesas em torno de R$ 11 bilhões por ano apenas para a Previdência Social.
"Esses valores não levam em conta acidentes não notificados, que acreditamos serem a maioria, bem como eventos envolvendo trabalhadores autônomos, informais, servidores públicos e empregados domésticos", aponta a gravidade da situação, Amarildo Borges de Oliveira.
