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BRIGA DE GOVERNADORES

Silval Barbosa diz que Taques é 'leviano' ao afirmar que ex-governador já tentou assassiná-lo

02 Set 2017 - 10:25

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Taques e Silval

Taques e Silval

A equipe de defesa do ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa rebateu na noite desta sexta-feira (01) o atual governador Pedro Taques (PSDB), negando que o delator tivesse em algum momento ameaçado a vida do tucano. Em entrevista concedida ao Estadão nesta semana, Taques afirmou que possui apenas quatro inimigos, dentre eles, Silval Barbosa, e que eles já tentaram lhe matar. Confira trecho do diálogo do chefe do Executivo com a reportagem paulista e a nota de defesa do colaborador.


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Taques afirma que Silval é “vagabundo”, roubou dinheiro de “criança aleijada” e até tapete do Palácio

“Eu sou inimigo do Silva Barbosa. Eu tenho quatro inimigos: Hidelbrando Paschoal (ex-deputado federal pelo Acre), que eu meti 48 anos nele, Arcanjo, que eu meti 100 anos nele, Riva (ex-deputado de Mato Grosso), e Silval Barbosa. Esses são meus inimigos e eu tenho orgulho desses meus inimigos, que já tentaram me matar. Essas pessoas. Eu estou com escolta policial há 12 anos”, afirmou o governador Pedro Taques quando questionado por Estadão sobre o instituto da delação premiada.
 
A polêmica entrevista foi publicada na íntegra no site do jornal nesta sexta-feira (01). Nela, Taques rasga o verbo e apontou todas as ‘armas’ contra o ex-chefe do Executivo, Silval Barbosa, que citou o tucano em sua delação premiada, homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Taques chamou o peemedebista de “vagabundo” e o acusou de roubar dinheiro de “crianças aleijadas” e até os tapetes do Palácio Paiaguás.
 
“Tais acusações são levianas”, disse o advogado brasiliense Délio Lins e Silva Junior, criminalista responsável pelo acordo de delação premiada firmado por Silval Barbosa no STF. “Isso se confirma pelo fato de que ninguém em sã consciência se reúne várias vezes com alguém que ameaça sua vida”, acrescentou.
 
Em nota, a defesa ainda contesta a informação dada por Taques ao Estadão de que o ex-governador tivesse deixado menos de R$ 100 mil no caixa do Estado. 

À bem da verdade, Taques fez questão de deixar ambígua a afirmação, para que não fosse possível entender ao certo quem (ou quais) dos quatro, afinal, já tentou (ou tentaram) assassiná-lo, se fora Hidelbrando Paschoal, Riva, Arcanjo ou Silval.

Arcanjo é certo que já tentara, pelo histórico de embate jurídico entre o ex-promotor e o ex-bicheiro. Informação que já fora confirmada pelo próprio governador em outra reportagem à imprensa paulista. 

Esta não é a primeira vez também que políticos de Mato Grosso deixam o campo da política (e da corrupção, que é quase inerente àquela) e entram no fértil campo da pistolagem. Dando impressão ainda maior de que estamos diante figuras não apenas corruptas, mas perigosas. Cenário semelhante ao que o Estado viveu nos anos 90 de jogo do bicho e assassinatos a céu aberto. Época esta que ninguém sente saudades.

Esta já é a terceira narrativa que envolve pistolagem, tentativa de assassinato e simulação de atentado desde quando as delações do ex-governador Silval Barbosa vieram à público. Duas delas envolveram o ex-deputado José Geraldo Riva, que sobre isto ainda não emitiu nota.
 
Conforme colaboração firmada por Antonio Barbosa, irmão de Silval, junto ao STF, no dia 24 de maio de 2017, mensagens foram recebidas por meio do aplicativo Whatsapp que diziam: "Chefe a ordem é passar fogo nesse sujeito". O referido chefe seria José Riva.
 
O interlocutor que alertou sobre o possível plano de morte teria sido contratado para proceder ao serviço. O deputado Mauro Savi também seria um alvo.
 
Segundo Antonio, um contato identificado como ‘José Riva’ alerta num grupo do aplicativo de mensagens: "preciso conversar com todos vocês", e segue: "Precisamos conversar sobre o ex Governador e seu irmão e o Mauro s preciso antes dele sair da cadeia”. "Em relação ao irmão do ex gover e pra sentar chumbo nele e isso".
 
Em outra situação, ainda segundo os delatores, Riva teria planejado um falso atentado contra sua pessoa, ordenando inclusive que os falsos assassinos disparassem contra seu motorista, matando-o se necessário. Tudo para dar realismo a cena. O objetivo seria incriminar os deputados Guilherme Maluf, Gilmar Fabris e Mauro Savi, além de Silval Barbosa e seu irmão.
 
Veja abaixo a nota em Silval diz que, de sua parte, nunca houve qualquer interesse em assassinar Pedro Taques:
 
Em relação à matéria onde o Governador Pedro Taques afirma que Silval Barbosa teria tentado matá-lo e deixado o governo com um caixa de oitenta e quatro mil reais quando de sua saída, a defesa tem a dizer que tais acusações são levianas. Isso se confirma pelo fato de que ninguém em sã consciência se reúne várias vezes com alguém que ameaça sua vida, tal como o próprio Governador admite ter acontecido com Silval ao confirmar várias reuniões entre eles; bem como porque, conforme comprovantes entregues por Silval no acordo de colaboração firmado com a PGR, acostado no apenso 16 da PET 7085, o real saldo das contas do governo ao final de seu mandato era de seiscentos e dez milhões de reais em 31 de dezembro de 2014, mais setenta milhões de reais inexplicavelmente extornados pelo próprio Governador Pedro Taques. Atenciosamente. Délio Lins e Silva Junior.
 
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