Olhar Direto

Sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Notícias | Cidades

Série de depoimentos

Silêncio de acusados nos grampos não preocupa delegado: “Inquérito que depende de confissão é ruim”

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Silêncio de acusados nos grampos não preocupa delegado: “Inquérito que depende de confissão é ruim”
O delegado Flavio Stringueta, que auxilia nas investigações dos grampos ilegais em Mato Grosso, pontuou que o silêncio de alguns dos acusados não preocupa para o seguimento das investigações: “Inquérito que depende de confissão do suspeito é um inquérito ruim”. Nesta semana, ex-secretários e membros de alta patente da Polícia Militar, que estão presos, prestaram depoimento à delegada Ana Cristina Feldner, que comanda os trabalhos.


Leia mais:
Perri questiona Sejudh sobre uso de algemas em personal trainner durante depoimento à PJC
 
“Tivemos uma semana de trabalhos intensos, com os acusados sendo ouvidos na delegacia. Dois deles [coronel Evandro Lesco e sua esposa, a personal trainer Helen Christy Carvalho Dias Lesco] permaneceram em silêncio. Os que falaram se preocuparam apenas em se defender das acusações. Claro que não podemos dizer nada sobre o assunto porque corre em sigilo”, explicou o delegado ao Olhar Direto.
 
Stringueta ainda comentou que não esperava muita coisa dos acusados: “Pra gente é ainda mais importante as testemunhas serem ouvidas, que podem trazer algo novo para a investigação. Costumo dizer a seguinte frase: ‘Inquérito que depende de confissão do suspeito é um inquérito ruim, porque ela pode ser retificada em juízo, pode voltar atrás’. Estamos bem tranquilos quanto a tudo”.
 
Depoimentos
 
Nesta semana, a delegada Ana Cristina Feldner ouviu o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Cesar Zamar Taques; ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Cel. PM Airton Benedito de Siqueira Júnior; ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Elizandro Jarbas; Sgt. PM João Ricardo Soler; major PM Michel Ferronato; ex-secretário da Casa Militar, coronel da Polícia Militar Evandro Lesco; a personal trainer Helen Christy Carvalho Dias Lesco e o empresário José Marilson Da Silva. Todos estes presos durante a ‘Operação Esdras’.
 
Destes, apenas Lesco e sua esposa permaneceram em silêncio, após orientação de seus advogados. Curiosamente, os dois estiveram também envolvidos em algumas polêmicas nesta semana. O coronel foi flagrado fazendo compras de produtos de higiene pessoal e sacando dinheiro no caixa-eletrônico de uma farmácia, nas proximidades do 3º Batalhão da Polícia Militar, no bairro CPA 4, onde deveria permanecer preso.
 
Já a personal trainer, chamou a atenção da imprensa por conta de um aplique de cabelo loiro avaliado em R$ 6 mil. Na penitenciária, Helen Lesco teria se negado à arrancá-lo, o que forçou a delegada Ana Cristina Felder a exigir explicações à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). 
 
Helen chegou algemada para prestar depoimento na terça-feira (03), o que motivou o desembargador Orlando Perri a pedir explicações para a Sejudh quanto as medidas aplicadas para resguardar a personal: “não podemos  ignorar que o uso de algemas é medida excepcional, devendo ser adotado com a finalidade de impedir, prevenir ou dificultara a fuga ou reação indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificativa", diz em trecho do documento encaminhado ao recém-nomeado a pasta, delegado Fausto Freitas.
 
Presos
 
Além de Helen, na operação Esdras foram presos: o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, o ex- secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, e ex-secretário da Casa Militar, coronel Evandro Lesco.  E ainda, o sargento João Ricardo Soler, major Michel Ferronato. O advogado Marciano Xavier das Neves também foi alvo da Operação Esdras, mas pagou fiança e foi liberado.
 
Esquema dos Grampos
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”.
 
O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet