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Quarta-feira, 14 de agosto de 2024

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Em meio machista, agente de trânsito já foi agredida por homem e revela que maior preconceito vem de mulheres

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto/Ilustração

Em meio machista, agente de trânsito já foi agredida por homem e revela que maior preconceito vem de mulheres
Agressão, falta de respeito e machismo. Estes são apenas alguns dos obstáculos que a agente de trânsito Regivania Alves, de 37 anos, enfrenta todos os dias, em Cuiabá. 


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Regivania ingressou na carreira pública em 2012, através de concurso público. Ela é casada e tem dois filhos. Prestes a completar seis anos como agente, lembra dos momentos mais difíceis que passou: agressões verbais e físicas de um motorista. 
 
Foi em 2014, ano em que a capital sediava a Copa do Mundo. Após um motorista entrar na contramão, Regivania pediu para que ele retornasse, no entanto o homem se irritou e partiu para cima da servidora e de outro agente.
 
“Já fui agredida fisicamente e verbalmente no início, em 2014. A gente foi na Delegacia registrou um boletim contra o cidadão e foi porque falamos que não podia entrar na contramão. Foi na época da Copa, ele seguia na contramão da direção. Pedimos para ele voltar e ele não gostou da situação e me agrediu”, lembrou a servidora.

Sobre atuar no trânsito, cenário onde o machismo prevalece, ela diz que já ouviu de tudo, mas grande parte do preconceito vem das mulheres. Regivania garante que aprendeu a lidar com essas situações e lembra que a educação é melhor forma de lidar com tudo.

“A gente sabe muito bem lidar com a situação, procuramos sempre ter respeito com o munícipe e ele com a gente. A abordagem é sempre com muita educação. Dando-a você a recebe”, completa a agente.



Por considerar o trânsito um local vulnerável, a agente é a favor dos amarelinhos portarem arma de fogo. Mas é consciente que o projeto já foi vetado. "Eu particularmente sou a favor. Mas sei que o projeto já foi vetado em Brasília, infelizmente". 
 
Apesar dos conflitos diários, a agente ressalta que ama sua profissão. “O prazer de ajudar o próximo, dar fluidez no trânsito, operar um semáforo que está estragado, sinalizar um acidente enquanto aguardamos a Perícia chegar, tudo isso é nosso trabalho. Esse é um trabalho feito com muito louvor, tenho muito amor por essa profissão”.
 
Ela também evidência que reconhece seu valor no mercado de trabalho, e não se sente inferior a um homem.
 
“Independente da área: se for agente de trânsito ou faxineira, o trabalho dela tem o mesmo valor que de um homem. Às vezes as mulheres desempenham um trabalho até melhor que os homens. Sabemos lidar com algumas questões, coração, sentimento de amor ao próximo. A mulher tem que fazer valer os diretos dela, tem que bater o pé, cobrar os direitos, fazer bem feito. O sexo masculino não é superior à gente”, finalizou.
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