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Quarta-feira, 14 de agosto de 2024

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OBRA ABANDONADA

Governador critica obras do Hospital Universitário e cobra responsabilidade da União

Foto: Reprodução

Governador critica obras do Hospital Universitário e cobra responsabilidade da União
O governador Pedro Taques (PSDB) fez duras críticas às obras e ao projeto da construção do novo Hospital Universitário Júlio Müller em Cuiabá. A fala foi dada em uma entrevista na Rádio Centro América na manhã desta terça-feira (13). Taques também cobrou a responsabilidade da União pela obra e disse que a construção não é atribuição do Estado. Ele ainda disse que pediu para se reunir com o Ministério Público Federal esta semana para discutir o que será feito.


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“O hospital Julio Müller foi uma construção do governo passado, o Estado de Mato Grosso junto com a Universidade Federal construíram. Pelo amor de Deus, com todo o respeito, a União é que tem que ajudar Mato Grosso, nós não temos dinheiro para ajudar a União construir, o que é sua responsabilidade, o Hospital Universitário, não é nossa atribuição”, disse o governador.

Taques ainda disse que a obra está “em um banhado” e com apenas 9% concluída. Nesta segunda-feira (12) foi realizada uma reunião entre membros do MPF, da UFMT, da Secretaria de Estado de Cidades (Secid) e do Ministério Público de Contas.

“Ontem o secretário Wilson Santos me trouxe informações sobre a obra, tem água a um metro e meio de altura na construção, irresponsabilidade construtiva. Vamos conversar com o Ministério Público sim, ontem houve uma reunião no MPF, eu pedi para o secretário Wilson Santos comunicar para eles, para que eu participe de uma das reuniões, e vou expor a posição do Estado, não podemos perder o dinheiro que já foi aplicado. Agora o projeto é de péssima qualidade, 9% da obra está pronta, a UFMT tem R$ 80 milhões para depositar, e agora o Estado de Mato Grosso tem que repassar mais de R$ 100 milhões”, disse.

O projeto era de responsabilidade do Governo do Estado, realizado na gestão passada, do governador Silval Barbosa. Taques disse que só irá investir no projeto caso seja melhorado.

“O projeto foi mal feito e ninguém viu, agora depois de três anos todo mundo está vendo. Agora eu não vou colocar dinheiro em projeto em que eu não confio, aliás tem relatórios da Advocacia Geral da União, da Controladoria Geral da União dizendo que o projeto é imprestável, mas nós estamos conversando com a reitora desde o início do mandato, conversando com a Secretaria de Cidades, com a União Federal, a respeito disso. A União é que tem que ajudar Mato Grosso, como Mato Grosso ajuda os municípios”.

O Ministério Público Federal já instaurou um inquérito para apurar este caso. O governador disse que pretende se reunir com o MPF para discutir este caso, mas que isto não é sua prioridade.

“Eu vou conversar com o Ministério Público, respeito o MPF, aliás eu vim de lá, fazem um trabalho excelente, mas o Estado de Mato Grosso tem outras necessidades do que ajudar a união a construir o hospital”.

Na reunião desta segunda-feira (12) a superintendente da Controladoria-Geral da União, Karina Jacoby Moraes, ressaltou que já haviam sido realizadas três reuniões e que mais uma desgastaria todo o processo.

“Poderíamos resolver tudo isso por meio de um documento por parte do governador, não havendo a necessidade de uma nova reunião”, ressaltou.

Para o vice-reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Evandro Aparecido Soares da Silva, é preciso que o Estado se posicione no documento quanto à importância da construção da obra, a fim de que seja possível dar continuidade nas negociações.

“Precisamos saber se o Estado vai realizar a contrapartida, para que possamos averiguar se daremos andamento à obra desta forma”, afirmou.

Durante a reunião, diante do questionamento sobre a insuficiência dos valores disponibilizados pela União e dos valores a serem disponibilizados pelo Estado de Mato Grosso para a conclusão do hospital, representantes da UFMT informaram que é possível realizar a readequação da obra e dos projetos. No entanto, segundo a superintendente da CGU, para que isso aconteça é necessário que o Estado informe se irá realizar contrapartida ou não.

Taques, no entanto, afirma que ainda pretende participar de mais uma reunião, mas que não deve ignorar o problema.

“Foi feito um processo na administração passada, mais um erro de projeto, de licitação da administração passada, e agora está caindo na minha cabeça, ninguém viu, ninguém falou nada, e agora nós vamos resolver. Agora, entre terminar este hospital Julio Muller, que eu não posso tirar o corpo fora, e equipar o hospital aqui, que nós estamos construindo, vamos conversar com o MPF para encontrar a melhor solução”.

No entanto, diante dos posicionamentos das partes envolvidas na reunião, o Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF/MT), por meio da procuradora da República,Vanessa Zago, já havia informado que irá aguardar a resposta por escrito do governador do estado de Mato Grosso, com o posicionamento final, e assim, que o receber, encaminhará a resposta para as instituições participantes.

A construção do Hospital Universitário ainda deve levar pelo menos mais quatro anos. O vice-reitor da UFMT no exercício da Reitoria, professor Evandro Soares, que participou da reunião, reforçou a importância da obra e que busca soluções conjuntas para que ela seja concluída.

“O convênio está firmado desde 2011, e junto ao MPF, a Instituição busca repactuação para que o governo estadual cumpra com a sua parte no convênio firmado. O ponto focal é o ganho para a sociedade, tanto na oferta de serviços de saúde – média e alta complexidade – e também no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão”, pontuou.

Uma resposta deve ser oficializada pelo Governo do Estado até sexta-feira (16).
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