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Quarta-feira, 14 de agosto de 2024

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Após concretagem

Frequentadores comemoram fim do mau cheiro no Parque das Águas e criticam órgãos públicos

Foto: Rogério Florentino Pereira

Frequentadores comemoram fim do mau cheiro no Parque das Águas e criticam órgãos públicos
A concretagem da tubulação que leva esgoto do Centro Político Administrativo à lagoa do Parque das Águas, em Cuiabá, foi bem aceita pelos frequentadores do espaço, que relatam não sentir mais o mau cheiro característico da região. A medida foi adotada pela Prefeitura da Capital, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, na última segunda-feira (30), após uma série de notificações que deveriam ter impedido órgãos públicos estaduais de derramarem os dejetos no local.


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A Prefeitura já havia pedido intervenção do Ministério Público Estadual (MPE) em decorrência do esgoto lançado na lagoa. Isso porque mesmo após o envio dos avisos aos órgãos, para que os mesmos se manifestassem sobre a regularização dos problemas detectados, a Pasta não havia recebido nenhum projeto visando solucionar a demanda.

“Nós não podemos mais nos omitir frente a um problema tão grave que o mundo inteiro vive. Acontece que a questão ambiental para alguns órgãos não é tão importante. Então acho que o secretário foi enfático. O que sobra para o resto da sociedade se os próprios representantes não demonstram consciência da preservação?”, questiona a professora Irotilde Tolotti, que caminha diariamente pelo parque desde sua inauguração.

Moradora do bairro Terra Nova, ela diz que desde a última semana a ausência de odor ali é notável. Opinião compartilhada pela enfermeira Maria Lub, que afirma que os piores horários eram os do início da tarde. Para ela, embora a atitude do secretário José Roberto Stopa pareça radical, o importante é que a questão foi resolvida. “Para nós que estamos no parque, o problema foi resolvido. Agora eles têm que resolver entre si as questões administrativas”, diz.

No ano passado, o excesso de dejetos sem tratamento reduziu drasticamente o nível de oxigênio na água da lagoa, resultando na morte de várias espécies de peixes e redução do pássaros que frequentavam as imediações.A primeira leva de mortandade de pescado ocorreu em meados de 2016 e voltou acontecer em maio de 2017. Além disso, o odor atingia também os moradores do Residencial Paiaguás e a sede do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso.

Para o engenheiro sanitarista Luís Soares, mesmo que a ação da Prefeitura pareça resolver a questão, é preciso considerar para onde esse esgoto está indo agora.  “O que tem que cumprir é a legislação. Parte do esgoto da assembleia e do centro político foi jogado aqui historicamente, sem tratamento nenhum. Conseguiram tomar uma medida paliativa, mas de qualquer maneira esse esgoto está indo para algum lugar sem tratamento, comprometendo o meio ambiente em algum lugar.”

Junto a esposa, a professora Marta Soares, com quem caminha habitualmente no parque, ele sugere que a Assembleia Legislativa construa uma estação compacta no local ou lance os dejetos em uma rede de esgoto próxima dali. “O que tem que fazer é a promotoria, a secretaria e quem mais for responsável por isso, autuar os geradores para que resolvam o problema. O secretário resolveu um problema e criou outro, então o que ele tem que fazer é tratar”, finaliza.
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