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Terça-feira, 13 de agosto de 2024

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AUMENTO NO RU

Calendário da UFMT é suspenso e professores decidem hoje se deflagram greve

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Calendário da UFMT é suspenso e professores decidem hoje se deflagram greve
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) aprovou nesta segunda-feira (14) a suspensão do calendário de todos os cursos de graduação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com data retroativa a 20 de abril, em apoio ao movimento de greve dos estudantes contra o aumento do preço no Restaurante Universitário. A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat) se reúnem nesta terça-feira (15) para decidir sobre a greve. Os cursos de pós-graduação e extensão seguem normalmente. 


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As atividades da graduação na UFMT estão paradas na maioria dos cursos por conta das greves estudantis, deflagradas em diferentes momentos, a partir da rejeição à proposta apresentada pela Reitoria.
 
O movimento paredista teve início nos campi do Araguaia e Sinop no dia 20 de abril, seguido de Rondonópolis, Várzea Grande e, por último, no dia 08 de maio, Cuiabá, onde alguns cursos já haviam aderido à greve.
 
Na reunião do Consepe dessa segunda-feira (14), a Reitoria admitiu equívocos na condução do processo, e demonstrou preocupação com relação a intervenções externas no processo de negociação.

“Na última semana presenciei duas situações drásticas: a PM [Polícia Militar] no campus a pedido de um professor contrário à ocupação, e um aluno, contrário à deliberação de assembleia do seu curso, solicitando na Justiça a reintegração de posse em todo o campus, responsabilizando uma colega de curso - que nesse momento preside o Centro Acadêmico -, e que encaminhou via e-mail a decisão de uma assembleia, assinando o documento. Muito triste presenciarmos isso em nossa instituição”, disse a reitora Myrian Serra, no início da reunião.
 
No sábado (12) a Reitoria publicou uma nota no site reivindicando a autonomia da universidade e a reitora, pessoalmente, se comprometeu a procurar o juiz que concedeu a reintegração de posse para tentar intermediar o caso.   
 
Para o presidente da Adufmat - Seção Sindical do ANDES-SN, Reginaldo Araújo, a Reitoria deve retirar formalmente a proposta de aumento e estratificação dos estudantes.

“Nesse momento, é preciso reconhecer que essa proposta não cabe e retirá-la de pauta de uma vez por todas. Se a reitora fizesse isso, seria mais fácil retomar a rotina e discutir outras formas de reduzir o valor da refeição, utilizando a cozinha da UFMT, por exemplo”, afirmou o docente.
 
A comunidade acadêmica defende, entre outras coisas, a revisão do contrato com a empresa Novo Sabor, que fornece o serviço.
 
Nessa terça-feir (15), a partir das 13h30, os docentes da universidade discutem a possibilidade de deflagração de greve da categoria em apoio aos estudantes e contra os cortes de recursos do ensino superior, que se intensificaram em 2014, reduzindo o orçamento a praticamente um terço do que a instituição recebia há quatro anos.

Com a implementação da Emenda Constitucional 95/16, que congela os recursos por 20 anos, a tendência é que a situação fique ainda mais grave, o que justificaria uma greve nacional da categoria. 
 
Hostilidade na ocupação
 
Os alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Campus de Cuiabá, se reuniram na noite do dia 8 de maio, na praça em frente ao RU, e votaram a favor da greve estudantil e pela permanência da ocupação no campus para reivindicar a permanência do preço no restaurante em R$ 1.

Porém, nem todos os cursos aderiram à greve. Os cursos de Ciências Contábeis, Administração e Agronomia, por exemplo, continuaram com as aulas normalmente. Em outros cursos, como Medicina e Enfermagem, os estudantes aderiram à greve, mas não ocupam seus blocos.

Participam da ocupação os cursos de: Serviço Social, Ciências Sociais, História, Geografia, Filosofia, Pedagogia, Letras, Cinema, Jornalismo, Publicidade, Comunicação Social, Biologia, Saúde Coletiva, Direito, Engenharia de Minas, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Transportes, Engenharia da Computação, Engenharia Química, Geologia, Arquitetura, Engenharia Elétrica, Engenharia Civil, Engenharia Sanitária, Química, Física, Matemática, Estatística.

Alguns dos estudantes dos cursos que não aderiram ao movimento dizem estar sendo hostilizados. Entre ofensas e ameaças, eles também reclamam que seus blocos têm sido pichados pelos outros estudantes.

Leia na íntegra a nota de sábado (12) da UFMT:
 
As Universidades Federais vivem um momento de grave dificuldade financeira decorrente de cortes e restrições orçamentárias que colocam em risco a manutenção adequada de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Tais restrições têm levado os segmentos das instituições a buscar, conjuntamente e por meio do diálogo, adequações administrativas e financeiras, entre as quais está a discussão da política de Alimentação Estudantil.
 
No dia 11 maio de 2018, a Justiça Federal expediu um novo mandado de reintegração de posse de instalações do Câmpus de Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com a responsabilização legal de uma discente da Instituição. Manifestando respeito a toda decisão judicial, a Administração da UFMT vem a público externar preocupação com a decisão, por entender que o melhor caminho, no atual contexto, é o diálogo e a ação conjunta dos diferentes segmentos que compõem a comunidade universitária e a sociedade.
 
Em um momento de mobilização, em que surgem posicionamentos políticos divergentes, é necessário intensificar a luta em defesa da educação pública de qualidade e acessível a todos. Nesse sentido, várias iniciativas vêm sendo adotadas, tanto no contexto administrativo interno da UFMT, quanto por meio de ações políticas desenvolvidas em conjunto por entidades representativas das universidades junto ao Governo Estadual, Federal e ao Congresso Nacional, buscando viabilizar recursos para suprir suas necessidades de custeio e investimentos, de forma a não comprometer o cumprimento do seu papel junto à sociedade.
 
A Administração da UFMT e a comunidade universitária continuarão empenhadas em superar as dificuldades e reiteram seu compromisso com a autonomia universitária.
 
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