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RESIDENCIAL JEQUITIBÁ

Famílias que invadiram residencial bloqueiam rua Barão de Melgaço reivindicando energia elétrica

06 Set 2018 - 11:27

Da Redação - Vinicius Mendes / Da Reportagem Local - Fabiana Mendes

Foto: Reprodução

Famílias que invadiram residencial bloqueiam rua Barão de Melgaço reivindicando energia elétrica
Cerca de 200 pessoas, que ocupam um residencial inacabado na Rodovia Mario Andreazza, em Várzea Grande, se mobilizaram e bloquearam a Rua Barão de Melgaço, na região central de Cuiabá, para tentar impedir que tenham seu fornecimento de luz cortado. O residencial foi invadido pelas famílias em abril deste ano.

 
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Com obras paralisadas desde 2015, quando a Construtora Aurora entrou em recuperação judicial, o residencial do programa “Minha Casa, Minha Vida” estava com quase toda estrutura depredada. Portas, janelas, e o teto de grande parte das casas foram destruídos.
 
Tomado por um matagal, o conjunto habitacional era usado como esconderijo de veículos roubados, e alvo fácil para criminosos se esconderem. Os moradores limparam a área e marcaram os seus nomes nas casas, para avisar a todos que o local já possui 'dono'.Eles afirmam que estão dispostos a pagar pelas casas.

De acordo com Tiara Priscila, uma das moradoras, eles receberam um comunicado de que iriam ter seu fornecimento de energia elétrica cortado e por causa disso resolveram se mobilizar. O movimento começou em frente ao Banco do Brasil, na mesma rua, e deve seguir até a Energisa.

“Lá estava abandonado há cinco anos, a gente trabalha, queremos pagar pelos nossos sonhos. Estão falando que vão lá amanhã cortas nossa luz, a gente vai ficar sem luz de novo, igual no começo”, disse a moradora.

O advogado que representa os moradores, Wilson Neri, disse ao Olhar Direto que já entrou com ações possessórias. “Entramos com ações petitórias, que é quando as pessoas querem comprar as casas. Temos em torno de 12 ações, entre primeiro e segundo grau, mas o importante é saber que eles querem pagar a casa para o Banco do Brasil, e querem pagar a água, energia, enfim..... “, disse.



“Este Jequitibá é uma obra que esta paralisada há alguns anos, foi utilizado ali muito recurso público, e aí a empresa acabou falindo e deixou a obra parada e os credores sem receber. Neste caso os moradores foram até o banco do Brasil, que é o grande credor, no processo da falência, porque os moradores querem pagar as casas. Tentaram negociar com a Prefeitura de Várzea Grande, mas ouviram que o DAE não iria fornecer água, e ainda a Prefeitura pediu para que a Energisa não instalasse energia elétrica para as pessoas.  Tanto é que eles vieram hoje aqui para negociar com o Banco do Brasil a questão do pagamento e para negociar com a Energisa, que eles instalem os padrões, conforme o pessoal pediu e vai pagar para isso”, explicou.

 
A construção

A Construtora Aurora, responsável pelo residencial, consolidou-se em um dos maiores conglomerados de construção civil de Mato Grosso, com foco voltado para a construção de unidades habitacionais, sendo a atividade mercantil desenvolvida com a mesma estrutura administrativa, mesma contabilidade e colaboradores. No entanto, após a recuperação juducial, ainda houve indícios de irregularidade no cadastro dos que precisavam de moradia.
 
Em 2015, estudos preliminares da Secretaria e Desenvolvimento Urbano, Econômico e Turismo apontaram irregularidades nos critérios das pessoas que teriam direitos a moradia. A secretaria constatou inclusive renda superior à exigida pelo programa, ou inscritos que residem em outros municípios. No Residencial Jequitibá, dos 71 contratos devolvidos, constaram 25% de falhas.

Outro lado 

Por meio de nota, a Energisa se manifestou sobre o ocorrido. Confira a íntegra: 

A Energisa informa que os manifestantes, ocupantes dos imóveis no Residencial Jequitibá, estão ligados na rede de distribuição de energia elétrica clandestinamente e por isso, terão a interrupção no fornecimento de energia. Além disso, a ligação, que foi feita pelos próprios ocupantes, traz riscos sérios para a vida de quem está no local.  Como os ocupantes não são proprietários dos imóveis não possuem títulos de posse e documentos que regularizem a situação da presença no imóvel. Sem essa documentação, não é possível realizar a ligação regular de energia.

É importante lembrar que o furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal, com previsão de pena de um a quatro anos de reclusão, além de pagamento de multa. Também é importante destacar que as ligações clandestinas trazem riscos à integridade física dos consumidores de energia, impactam na arrecadação tributária para o Estado e para o Município e impactam no valor da tarifa de energia.


Atualizada às 14h21
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