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Domingo, 11 de agosto de 2024

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Uma velha história

Após derrota nas urnas, Taques esquece VLT e modal deverá ser 'pedra no sapato' de Mauro Mendes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Após derrota nas urnas, Taques esquece VLT e modal deverá ser 'pedra no sapato' de Mauro Mendes
"... e nunca mais se ouviu falar dele". A frase, costumeiramente encontrada em finais de contos de fadas, parece casar muito bem com a situação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), obra prometida para antes da Copa do Mundo de 2014, mas que ainda não tem previsão para ficar pronta. Após a derrota do governador Pedro Taques (PSDB) nas urnas, o novo modal, que parecia que seria retomado, foi novamente deixado de lado. A licitação, que chegou a ser cogitada para julho, ficou apenas na promessa e, agora, Mauro Mendes (DEM) é quem terá a dura missão de tirar essa 'pedra - valiosa - do sapato'.


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Até antes do início da campanha, o atual governo tratava a questão VLT resolvida, depois de decidir dar continuidade nas obras através de um Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Os prazos foram esgotando, até que a velha história de movimento nos trilhos, ficasse novamente esquecida.



Ainda em julho, o secretário-chefe da Casa Civil, Ciro Gonçalves, afirmou que a demora no processo de continuação das obras do VLT foi necessária para avaliar o estrago causado pelo esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Silval Barbosa na época das licitações e início das obras, e também para elaborar um edital com segurança.

E nesta história, Silval Barbosa é apontado como o principal vilão, aquele que sempre atrapalha o plano dos mocinhos de conseguir os seus objetivos. Pedro Taques não se cansou de bater na tecla de que estava consertando tudo aquilo que o ex-governador deixou mal feito.

Outro clímax nesta história foi a 'Operação Descarrilho', deflagrada em 2017 e que escancarou possíveis irregularidades na escolha do modal para operar na região metropolitana de Cuiabá. A ação apurou de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais.

Em tempos em que outro vilão, chamado de 'desemprego', também aterroriza a população do país inteiro, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seria importante para alavancar a economia da grande Cuiabá. Isso porque a geração de empregos seria bastante grande.



O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) deverá gerar 600 empregos diretos. A estimativa é do secretário-adjunto do VLT, José Picolli. O número engloba todos os cargos necessários para a operação do novo modal. Muitas destas vagas serão criadas no Centro de Manutenções, que fica localizado ao lado do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá).

“Aqui, nós estimamos que deve criar 600 empregos diretos e 1.800 indiretos. Por isso nós lutamos tanto para implantar este modal aqui. Além de melhorar o transporte coletivo, também estará dando renda para muitas famílias. É praticamente uma cidade que nós temos no Centro de Manutenções”, disse o secretário

Terceiro mandato

O projeto do VLT, que deveria estar funcionando durante a Copa do Mundo de 2014, entrará em 2019 no seu 'terceiro mandato'. Mauro Mendes será o responsável por tentar desempacar a obra, que também pode ser uma pedra no seu sapato.

Durante a campanha, Mauro Mendes avisou que, em menos de um ano, nada se resolverá. Isso porque serão necessárias várias etapas para tentar colocar os trens nos trilhos. Além disto, o democrata terá que conviver com as muitas dívidas do Executivo e pouco dinheiro em caixa. Vale lembrar que Pedro Taques tem tido dificuldades para conseguir pagar o salário e o 13º de servidores.

Em novembro deste ano, a Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária (CFAEO), da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), negou autorização para que o governo do Estado contraísse crédito com a Caixa Econômica Federal (CEF), no montante de R$ 800 milhões, para a conclusão das obras e operacionalização do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O motivo seria o fim do mandato de Pedro Taques (PSDB) e o fato de que o governador eleito, Mauro Mendes (DEM) já ter afirmado que demorará aproximadamente um ano para determinar o futuro do modal.

Mesmo com todos os problemas, empresas europeias e até da própria América do Sul estão interessadas em administrar o modal. “Nós temos algumas empresas que já demonstraram interesse, são da Argentina, Portugal e Espanha. Porém, ainda precisamos definir aqui como será a licitação. Se vai operar e terminar, ou só operar. Teremos o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) e vamos ver como irá se desenvolver”, disse o secretário José Picolli.



VLT
 
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.
 
Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
 
Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.
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