O senador Wellington Fagundes (PR) cobrou do governador Mauro Mendes (DEM) uma decisão sobre o Veículo Leve Sob Trilhos (VLT), cuja obra está parada desde 2014 e que já custou mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Para ele, a demora quanto ao que deve ser feito com o modal é prejudicial para o Estado e, consequentemente, para a população. Fagundes afirmou ainda que uma resposta deve ser dada ainda este ano. 

O pronunciamento foi dado na manhã desta segunda-feira (6), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, durante debate sobre as Novas Fronteiras Econômicas de Mato Grosso.

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“A população não recebe esse benefício. Quanto mais demora, pior é para o estado e, consequentemente para a nossa população. Tem que ser tomada uma decisão, via Justiça, amigável, tem que se tomar. É claro que o governo está começando agora, não vamos exigir que em menos de seis meses tenha sua decisão, mas não pode passar deste ano”, cobrou.
 
Na oportunidade, o emedebista disse que uma obra inacabada não serve para nada, afirmou que é necessário estudar todas as alternativas apresentadas e citou a medida adotada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de urbanizar os trechos da cidade que foram ‘cortadas’ para implantação do VLT. Ano passado, quando concorreu ao Governo do Estado, Fagundes sugeriu a venda dos vagões.  
 
“Eu penso que tem que estudar todas alternativas. Veja bem, aqui em Cuiabá já foi feita uma urbanização, colocada grama naquilo que estava muito feio. Alguma atitude tem que ser tomada. Aqueles equipamentos parados, cada dia que passa é um problema a mais. Claro, que esse decisão não é fácil, é complexa. Cabe ao governador chamar todos os Poderes, Assembleia Legislativa, a Justiça para se encontrarem um caminho. A Justiça com certeza tem um bom senso. A lei é importante, mas tem que ter a lei do bom senso. Aquilo que está prejudicando de forma muito grande a população, tem que ter prioridade”, acrescenta.
 
“Não se pode discutir VLT apenas como transporte. O VLT é um projeto de urbanização da cidade. Qualquer cidade que você vai, onde tem o VLT, tem todo um projeto de desenvolvimento. Então por isso o custo-benefício tem que ser avaliado. Se as pessoas pensarem só em transporte de passageiro, é claro que o VLT é muito mais barato e mais rápido de se implantar. O VLT é uma tecnologia de ponta no mundo. Aliás, já está senso superado. O VLT é um meio de transporte extremamente viável”, finalizou.
 
Obras paradas

O VLT foi apresentado pelo Governador Silval Barbosa e deputados como “um avanço” para o Estado, além de ser uma das melhorias à região por conta da Copa do Mundo- Cuiabá foi uma das sedes. A obra teve início em junho 2012 e está paralisada desde dezembro de 2014. O Governo já gastou R$ 1,066 bilhão na construção.

A obra foi paralisada em meio às suspeitas de corrupção que foram confirmadas com os depoimentos da delação premiada de Silval com a operação Descarrilho, deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2017. Barbosa afirmou que seu grupo político fez um acordo para receber R$ 18 milhões de propina do grupo CR Almeida, que integrava o Consórcio da obra.

Atualmente, o Governo de Mato Grosso disse estar aberto a encontrar um parceiro do setor privado que pode dar continuidade às obras e a empresa espanhola Acciona Construcción S.A. já encaminhou uma proposta de estudo. A proposta já está sendo avaliada pela equipe técnica do Governo.