Criticado nas redes sociais por conta da atitude em plena pandemia, o cuiabano lembrou do ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas que levou o filho para acompanhar a final da Libertadores, entre Santos e Palmeiras, no Maracanã. O economista recebeu uma enxurrada de críticas e faleceu em maio deste ano por conta do câncer no aparelho digestivo, quatro meses depois de cumprir a promessa que havia feito ao filho de 14 anos.
“Na pandemia, eu estava com câncer e quando você está com essa doença, você não sabe do futuro, por mais que estava tudo indo bem. Eu nunca tive nada, nenhuma intercorrência, foi tudo conforme o médico falou, estou curado. Só que em janeiro eu quis realizar o sonho dela de ver o mar”, lembra.
Um tio se ofereceu para custear a viagem e com outros familiares, eles resolveram conhecer a cidade. “Fui muito criticado porque eu sempre ‘bati’ no povo que estava aglomerando bem na época que a pandemia estava no começo, não sabíamos o que era. Teve uma turma que resolveu me criticar por causa disso, mas não sabia o contexto. Eu fiquei triste na hora, mas teve muita gente que me apoiou. Só quem está vivendo ou viveu essa doença vai entender”.
Foi pelo amor pela pequena Júlia e por conta das incertezas do câncer que ele resolveu viajar. “Eu lembro até o Bruno Covas, que foi muito criticado por levar o filho dele no jogo. É outra história, mas é o mesmo contexto. Você não sabe seu futuro, é uma doença que nem todo mundo consegue se curar, seu psicológica está bem abalado, é muito louco”, pontua.
A relação entre pai e filha foi um dos pilares para Didier se manter firme. “Ela [Júlia] e minha família foram essenciais no tratamento. Nessas horas é você, Deus e sua família, ninguém mais. Nessas horas você consegue ver quem é quem na sua vida. Deus faz ‘um limpa’ na sua vida e sua família e seu porto seguro. Minha mãe dava banho em mim na época que eu não conseguia nem mexer por causa da quimioterapia”, diz.
Na época do diagnóstico, Xômano contou para a filha que estava doente. Porém, acredita que Júlia não entende a gravidade. Além disso, o humorista sempre tentou se mostrar bem para a filha. “Eu contei para ela que estava doente, mas como ela é criança, não entendia. Acho que até hoje ela não entende a gravidade da situação. Ela me via careca, eu falava que era o remédio. Ela não chegou a se preocupar tanto porque eu não mudei a atitude, não só com ela, mas com ninguém. Eu guardava tudo para mim e com as pessoas ao redor eu era o mesmo, não mudei nada meu jeito de ser, mas no íntimo, na hora que encostava a cabeça do travesseiro, só e eu Deus sabíamos”.
Com alto astral, Júlia costuma passar alguns dias na casa da mãe e outras na casa do pai. Didier ainda brinca: “Ela que escolhe onde ela achar melhor, depende da vibe dela”.
Didier se surpreende com a inteligência, descobertas e humor da filha. “Minha filha tem uma veia não só cômica, mas ela está indo para um caminho que faz coisas que eu não sei. Eu vejo ela fazendo algumas coisas e eu me pergunto: ‘como ela sabe fazer isso? ’. Ela me ensina. Não sei se ela quer ser humorista, mas tem grandes chances de ser”.
“Ela valoriza muito a cultura daqui. Ela amou quando fez o aniversário de Cuiabá, as músicas, ela gosta de rasqueado. Mas está na fase no Now United, animes..., mas ela sabe o lugar dela, da cultura. Ela vai dar uma grande alegria para mim”, diz.
No Dia dos Pais, Xômano comemora a boa relação que tem com a filha. “Nossa relação é a melhor possível. É toda hora ‘eu te amo’. Às vezes até assusto, estou deitado e ela diz ‘eu te amo’ no meu ouvido. Nossa relação é muito boa, de cumplicidade, ela é minha melhor amiga”, finaliza.
Xômano que Mora Logo Ali foi inspirado em uma fala da série norte-americana Todo Mundo Odeia o Chris. A página nasceu em meados de 2014 com objetivo fazer críticas com uma pitada de humor. O perfil no Instagram tem mais de 121 mil seguidores e conta com criação de conteúdo e humor típico da Baixada Cuiabana.
