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Domingo, 28 de julho de 2024

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Advogado nega que padre tenha confessado estupros contra menores e chama delegado de 'leviano'

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto/Reprodução

Advogado nega que padre tenha confessado estupros contra menores e chama delegado de 'leviano'
O advogado Márcio de Deus, responsável pela defesa do padre Nelson Koch, de 54 anos, investigado por estupro de vulnerável de dois menores, em Sinop (480 quilômetros de Cuiabá) rebateu a versão divulgada pelo delegado Sergio Ribeiro, de que seu cliente teria confessado os crimes. O defensor ainda chamou de "leviana" a autoridade policial.


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“Não podemos aceitar que um homem que tem uma vida pública de 25 anos como padre nas cidades da região, que nunca teve macula contra ele, seja escarniado, jogado para os porcos como estão fazendo. O padre até agora é inocente, não tem nos autos nada que demonstre que ele cometeu esses crimes. Confiamos na justiça. A defesa já está trabalhando com todos os pedidos que iremos formular, já estamos encaminhando, e vamos até onde pudermos buscar a reversão da prisão dele”, pontou o advogado em entrevista coletiva.

Márcio fez questão de rebater a versão apresentada pela polícia, de que  no trajeto entre seu sítio e a delegacia, o padre teria dito estar  arrependido e que as relações com as vítimas seriam consentidas.

 “Não concordo, meu cliente disse que não falou, e acho que nessa situação ele (delegado) está sendo leviano. Primeiro que não deveria passar para a imprensa qualquer informação sobre o processo, porque tramita em segredo de justiça, além do mais não poderia ter feito filmagens antes de buscar o conduzido. Acho que o ilustre delegado se precipitou em ter demonstrado, falado, exposto o processo na mídia. Ele é servidor público e temos os mecanismos que protegem o acusado, a população de servidor público, e o que tiver que fazer para proteger o acusado do servidor público, iremos fazer. Ele não confessou", disse o advogado.

Sobre vídeos citados pelo delegado, de que  haveria abuso sexual de menor, o advogado alegou que possivelmente foram editados. “Os vídeos não mostram nada que macule a imagem do padre, nenhum ato naquelas filmagens que possa macular a imagem do padre. Eu vi os vídeos e todos eles não tem nada. E mais, todos os vídeos foram editados, enquanto a defesa não tiver acesso, fazer perícia para saber se esses vídeos são legais ou não, eu não posso além disso falar mais nada. Vamos pedir a perícia”.

Marcio de Deus detalhou ainda que o celular do padre não foi formatado no intuito de apagar possíveis materialidades, e que ele não era ativo nas redes sociais. 

Márcio confirmou ainda que o padre Koch teve acesso as acusações na segunda-feira e logo pediu afastamento das funções de pároco da Igreja São Cristóvão. Por fim, ressaltou o receio que o suspeito possa sofrer represárias na unidade prisional. “Se o delegado vem na mídia falar que tal pessoa cometeu um crime de estupro, isso naturalmente vai chegar no presídio, os presos sabem o que está acontecendo aqui fora, e esse crime lá não aceitam. Eles podem cometer um ato grave contra o padre lá dentro sim”, completou.

Suposta confissão

De acordo com o delegado, o suspeito disse durante uma entrevista preliminar que lamentava e se arrependia do episódio. O pároco, porém, também disse que os abusos aconteceram de forma consensual. Durante o depoimento, o delegado disse que Nelson “chorou porque ia deixar de ser padre, [e] queria preservar também a igreja''

“Entrevistamos as pessoas que frequentavam a igreja e dois desses adolescentes narraram esses abusos, que começaram passando as mãos nas nádegas, órgãos genitais. Uma das vítimas teria colocado o celular para gravar e filmou o padre o levando para um banheiro no quarto paroquial”, disse Sérgio na ocasião.

O caso

A equipe da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de (DEDMCAI) prendeu Nelson Koch na manhã desta quinta-feira (17), em Sinop (480 quilômetros de Cuiabá). O padre estava com um mandado em aberto pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual. Ele teria abusado de um menino desde os seus sete anos e de um adolescente desde os 13.

De acordo com o delegado Pablo Bonifácio Carneiro, responsável pelo caso, a mãe de uma vítima procurou o plantão da Polícia Civil e declarou que seu filho, de 15 anos, trabalha desde o ano passado na igreja liderada pelo religioso e teria sofrido abusos sexuais praticados em diferentes períodos.

Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, sem a sua anuência, praticado ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia, caracterizando o crime previsto no artigo 215-A do Código Penal. (Com informações do Só Notícias)  
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