O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja (perigo) para a possibilidade de temporais em Cuiabá e outras 82 cidades de Mato Grosso. O fenômeno climático tem potencial de causar alagamentos e diversos danos por conta dos ventos, que podem chegar a 100 km/h.

Leia mais:
Deslizamento de terra coloca em risco Igreja do Bom Despacho e outros imóveis no Centro de Cuiabá
 
O aviso publicado pelo Inmet tem início às 10h desta quarta-feira (16) e segue até o mesmo horário de quinta-feira (17). Nas cidades destacadas (veja todas AQUI), são aguardadas chuvas entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia e ventos intensos, que podem chegar a 100 km/h.
 
Há o risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. A recomendação da Defesa Civil é para que as pessoas não se abriguem debaixo de árvores ou estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.
 
No restante dos municípios (Clique AQUI) que não estão no alerta laranja, também há um aviso de perigo potencial. Neles, a possibilidade é de chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia e ventos intensos (40-60 km/h).
 
Estragos

Moradora do bairro Jardim Glória I, em Várzea Grande, há 45 anos, Elizabeth Fortes, 64 anos, viu sua casa ser destruída pela força da água que causou desmoronamento do muro da Escola Militar Tiradentes. Diante da forte chuva na madrugada desta segunda-feira (14), ela teve que quebrar com o pé a porta de vidro do imóvel para não morrer afogada junto com os três netos. "Eu nasci de novo".

“Era meia-noite e desabou. Eu nasci de novo. Eu estava dormindo e acordei com o grito do meu neto”, afirma. Neste momento, o barranco da escola já havia desabado em cima da casa de Elizabeth e a água já atingia o peito dos moradores. 

A água, com barro e outros destroços, invadiu a residência e eles se viram encurralados. “Eu ia morrer afogada dentro da casa. Eu quebrei o vidro com meu pé, que agora está cheio de cacos de vidro. Conseguimos tirar um pouco da água, graças a Deus, e saímos pela janela. Foi quase uma hora gritando e pedindo socorro. Não gosto nem de lembrar”, pontua.

Como a força da água derrubou o muro e as paredes da casa, todos os móveis também foram destruídos. A aposentada se recorda, inclusive, de uma geladeira de R$ 5 mil que ela demorou três anos para pagar. 

Risco de deslizamento

Parte do Morro Nossa Senhora do Bom Despacho, localizado no Centro de Cuiabá, sofreu um deslizamento na madrugada da última segunda-feira (14), após as fortes chuvas que tem caído sobre a capital mato-grossense. Por conta do fato, a pista foi interditada e há o temor de que a igreja católica, uma evangélica e outros imóveis da região sejam afetados, caso as precipitações continuem.

Segundo o Superintendente de Patrimônio Histórico e Museológico da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso, arquiteto Robinson Araújo, a defesa civil precisa se preparar para a necessidade de isolamento do local, evitando risco aos pedestres, após deve ser feito o escoramento emergencial, estabilizando o murro de arrimo até a execução definitiva.

Por conta do deslizamento ocorrido na madrugada de segunda-feira, três imóveis correm risco, sendo eles: a igreja do Bom Despacho de 1918; o prédio do Seminário Nossa senhora da Conceição de 1958 que abriga no primeiro piso o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso guardião de acervo dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX que fala sobre a história de Cuiabá e na parte térrea a Fundação Bom Jesus de Cuiabá; e Radio Bom Jesus.

Todos estão localizados no topo do morro. A Igreja Universal, que fica na parte baixa da encosta do morro, também quase foi atingida.