O capitão Ronaldo Reiners, um dos alvos da operação Operação Simulacrum, deflagrada nesta quinta-feira (31), pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual, não está mais lotado no gabinete do governador desde o dia 8 de março. Atualmente o policial está fazendo um curso do Bope. A operação que o fez alvo mira 81 militares suspeitos de forjarem confrontos para executarem pessoas com a intenção de promover seus batalhões em Cuiabá.
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Ronaldo Reiners foi comandante da 15ª Companhia de Força Tática até janeiro de 2019. Ele atuou no Núcleo de Proteção de Dignitários da Governadoria do Estado de Mato Grosso e, ao contrário do que foi noticiado anteriormente, está desligado desde o começo do mês.
Outro investigado na Operação é o tenente da Força Tática Alisson Rocha Brizola. Em 2020, ele matou o próprio colega de farda por engano. O soldado Ricardo Ferreira de Azevedo, 63 anos, atuava na Inteligência e realizava uma abordagem quando foi atingido por Brizola.
Consta também que o tenente Thiago Satiro Albino foi alvo da Operação Coverage, deflagrada para desarticular um grupo criminoso acusado de tentar embaraçar as investigações da Operação Mercenários.
Outro alvo é o subtenente Altamiro Lopes da Silva, que em maio de 2020 foi baleado durante uma suposta emboscada na região do bairro Três Bairros. Na ocasião, uma pessoa foi morta.
A operação
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual deflagraram nesta quinta-feira (31) a Operação Simulacrum para cumprimento de 81 mandados de prisão temporária contra policiais militares investigados por homicídios. De acordo com as investigações, os alvos estariam forjando confronto para executar vítimas em Cuiabá.
Também são cumpridos 34 mandados de busca e apreensão e de medidas cautelares diversas. As ordens judiciais foram decretadas pela 12ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.
Conforme o MPMT e a Polícia Civil, o grupo de militares é investigado pela morte de 24 pessoas, com evidentes características de execução, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro vítimas, sobreviventes.
A operação faz parte das investigações realizadas em seis inquéritos policiais, já em fase de conclusão, relativos a supostos “confrontos” ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande.
De acordo com as investigações, os militares envolvidos contavam com a atuação de um colaborador que cooptava interessados na prática de pseudocrimes patrimoniais, sendo que, na verdade, o objetivo era ter um pretexto para matá-los.
Após atraí-los a locais ermos, onde já se encontravam os policiais militares, eram sumariamente executados, sob o falso fundamento de um confronto. Os responsáveis pela apuração dos fatos reforçam que há farto conteúdo probatório que contrapõe a tese de confronto apresentada pelos investigados.
As investigações indicam que a intenção do grupo criminoso era a de promover o nome dos policiais envolvidos e de seus respectivos batalhões. Na época em que ocorreram os fatos, os policiais investigados encontravam-se lotados nos batalhões Rotam, Bope e Força Tática do Comando Regional 1.
O Ministério Público e a Polícia Civil esclarecem que as ações investigadas foram praticadas por alguns membros da corporação que agem à margem e à revelia da lei.
Enfatizam, no entanto, o relevante trabalho que a Polícia Militar realiza para a sociedade no combate à criminalidade e na proteção do cidadão.
Simulacrum é a tradução em latim de simulacro (aquilo que tem aparência enganosa).
*Atualizada e corrigida às 16h04.(2)(1).jpg "Tenente que matou colega de farda está entre alvos de operação; capitão que foi lotado em gabinete do governador já estava desligado")
