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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Médica veterinária que fez campanha de arrecadação para tratar câncer no estômago está curada

Foto: Reprodução

Médica veterinária que fez campanha de arrecadação para tratar câncer no estômago está curada
Diagnosticada com câncer no estômago há dois anos, a médica veterinária Cintya Castro de Abreu, 31 anos, está curada após ser submetida a um tratamento alternativo custeado com ajuda de muitas pessoas que se solidarizaram com a história dela. Em consulta na última segunda-feira (11), o médico afirmou que não há mais sinais de tumores nos exames.


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O pai de Cintya, o motorista de aplicativo Cireno Castro, agradeceu a todo que ajudaram financeiramente no tratamento da filha. “Eu sempre relatei que não considerei que as pessoas fizeram doações. Eu considerei um investimento na vida da minha filha. Eu coloquei como se fosse uma plantinha que estivesse murchando e secando porque ninguém jogou água nela. No momento que cada um foi lá e depositou de R$ 1,50 a R$ 2 mil, é como se uma pessoa tivesse jogado uma gota d’água, o outro mais um pouco de água. Essa planta foi revitalizando. Ela estava murcha, quase secando, se revitalizou e brotou de novo e continuou a dar flores. Minha filha já está dando essas flores. Minha filha está linda de novo”, celebrou.

Apesar de já estar curada, Cintya deve continuar com acompanhamento médico. “Já é o final desse processo longo que ela teve. Obviamente daqui para frente ela continua com acompanhamento médico. Já se trata como uma doença crônica. Ela vai ter acompanhamento médico, mas vai ter a vida dela normal”, explicou o pai.

A partir de agora, Cintya pretende voltar a atuar como médica veterinária. “Eu vou ter muita história linda ainda da minha filha pra contar, né? Graças a Deus”, disse.

Relembre o caso

O pai contou que depois de ter um desmaio em 2019, Cintyia começou a fazer exames e descobriu anemia. Na época, ela não conseguiu o diagnóstico, começou a perder muito peso e os exames foram suspensos por conta da pandemia.

Natural de Belém do Pará, em julho de 2020 ela se mudou para Mato Grosso para morar com o marido, que trabalha em Nova Mutum. Na nova cidade, Cintya não conseguia ganhar peso e continuava a sentir dores no estômago.

Em exame realizado em um posto de saúde de Nova Mutum, a médica veterinária teve novamente diagnóstico de anemia. Diante disso, precisou ser internada para receber transfusão de sangue e também investigar a causa da deficiência de ferro.  

Em dezembro, Cintya fez uma endoscopia e foi encaminhada para o Instituto de Tumores de Cuiabá (ITC), onde recebeu o diagnóstico de câncer no estômago.

A quimioterapia começou em janeiro de 2021. Foram oito sessões e em junho Cintya teve que ser internada pois estava prevista a cirurgia para retirada do estômago. “Porém as sessões de quimioterapia não funcionaram como esperado, ainda estava muito inflamado e não seria possível fazer a cirurgia”, disse o pai.

A veterinária teve alta médica e teria que voltar a fazer quimioterapia em um novo protocolo. Em agosto, ficou fraca e desmaiou em casa logo depois da primeira sessão. Foram duas semanas internadas até que Cintya retornou ao ITC para continuar as quimioterapias.

Foi então que o oncologista revolveu suspender o tratamento, pois ela estava muito debilitada e não aguentaria mais sessões. Além disso, não havia mais proposta de tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
Dois dias antes da consulta da filha para encerrar o tratamento por conta das consequências do câncer, Cireno foi ao consultório do médico e o que ele ouviu lhe deixou bastante abalado.

O profissional teria afirmado que tudo que a medicina oferecia pelo SUS já teria sido feito. O câncer seria muito agressivo e mesmo depois de três sessões de quimioterapias consecutivas, o médico disse que não teve o resultado esperado.



“Devido essa situação, ele já não tinha mais nada para fazer por ela. Fiquei naquele momento sem chão”, lembra o motorista.

Depois de ouvir que era para ele retornar para família e dar muito amor e carinho para a filha, Cireno afirma que clamou a Jesus Cristo e foi trabalhar com as corridas de aplicativo como normalmente fazia. Segundo ele, a resposta que ele buscava veio no mesmo dia.

Um passageiro entrou no carro de Cireno, com roupas claras e um papel em mãos. Ao entrar no veículo, o homem disse que visitaria seu pai que estava doente e Cireno compartilhou com o passageiro que sua filha também passava por alguns problemas de saúde.

O homem, que nunca tinha tido contato com ele até então, disse que sabia da situação de Cintya e contou, inclusive, parte da história dele e que a filha estava com câncer no estômago. Além disso, disse que a Cintya ficaria curada. “Não se preocupe que sua filha vai ficar curada”, disse o homem antes de descer do carro e desaparecer.

“Depois disso eu fiquei bem mais tranquilo. Foi aí que eu resolvi procurar outro meio de tratamento”, diz.

Como não tinha condições de pagar a consulta médica de R$ 850, nem os exames que somavam R$ 3,5 mil, cogitou até mesmo ir pedir dinheiro no semáforo.

Antes, no entanto, mandou mensagem para o genro. “Mandei mensagem para o meu genro que trabalha em Nova Mutum. Falei que iria para o semáforo e que não era para falar nada para ninguém. Só ele poderia saber caso acontecesse alguma coisa”, conta.

O genro então alertou sobre os riscos do calor de Cuiabá e pediu que Cireno não fizesse aquilo, pois ele também tem uma deficiência que poderia ser agravada. Foi então que ele resolveu dar seu relato em um grupo de WhatsApp e conseguiu ajuda financeira de diversas pessoas.

Ao longo de conversas pelas viagens de aplicativo na região metropolitana, Cireno conseguiu uma reportagem exibida na TV Centro América, a consulta com o médico renomado de São Paulo e várias doações.

O oncologista do hospital Israelita Albert Einstein, Fernando Maluf recomendou um novo tratamento para Cintya, mas ele não é oferecido pelo SUS. Com ajuda de muitas pessoas, ela conseguiu fazer o acomapamento com o profissional. 

Com ajuda da campanha de arrecadação, a família conseguiu pagar o tratamento de Cintya, que atualmente está curada. 
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