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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Exame de necropsia revela que lulista foi morto com 70 facadas

Foto: Reprodução

Exame de necropsia revela que lulista foi morto com 70 facadas
Laudo da Perícia Técnica (Politec) concluído no último dia 23 revelou que Rafael Silva de Oliveira, 24, desferiu 70 golpes de faca no colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos, de 44, em uma chácara a 34 quilômetros de Confresa, no feriado de Sete de Setembro. A informação anterior da Polícia Civil era de 15. Os dois estavam sozinhos na chácara onde trabalhavam quando começaram uma discussão por conta das divergências políticas. Rafael é defensor do presidente Bolsonaro, enquanto Benedito do ex-presidente Lula. 


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O exame de necropsia foi realizado 19 horas após a morte, ou seja, no dia 8. Durante averiguação parte externa, o médico legista encontrou aproximadamente 70 perfurações por arma branca em diferentes tamanhos e profundidades. 

Foram encontradas também lesões na mão direita e palma, indicando que a vítima tentou se defender. 

O exame de necropsia revela, ainda, que a maioria das lesões estão concentradas na região da cabeça e pescoço, evidenciando que o agressor queria chegar ao evento final de morte da vítima.

A conclusão é de que Benedito morreu devido a choque hipovolêmico em decorrência de lesões perfuroincivas provocadas por arma branca. 

O homicídio 

O crime aconteceu na noite da última quarta-feira, 7 de setembro, depois de um dia de trabalho. Os dois estavam sozinhos na casa quando começaram uma discussão por conta das divergências políticas. Em determinado momento da briga, Benedito deu um soco no queixo de Rafael, que revidou. 

Na sequência, o lulista pegou uma faca e foi para cima do rival, que conseguiu tomar a arma e atingir o adversário. Benedito tentou fugir, mas acabou perseguido pelo bolsonarista e morto com requintes de  crueldade. 

"Eles trabalharam durante o dia e o fato foi à noite. Eles estavam descansando, tinham acabado de jantar, estavam fumando cigarro e começaram a falar de política", relatou o delegado Victor Oliveira.

O lulista e o bolsonarista se conheciam há apenas dois dias e Rafael dormia na chácara temporariamente para cortar lenha. "Eram apenas colegas de trabalho, recém-conhecidos, estavam trabalhando juntos há dois dias e tiveram essa discussão". 

Segundo Victor Oliveira, os dois não eram fanáticos políticos e não participaram de qualquer manifestação realizada no feriado a favor dos candidatos à presidência. Em Confresa, inclusive, houve uma grande carreata em apoio a Bolsonaro, mas tudo ocorreu tranquilamente, conforme o delegado. 

"Aqui [Confresa] teve o desfile de 7 de setembro e uma grande carreta também, só que nenhum dos dois participou do evento, tendo em vista que eles estavam na chácara e também não eram fanáticos. Eles começaram a se desentender, foi uma discussão banal mesmo", lamentou. 

Rafael acabou preso depois de procurar atendimento médico no hospital por causa de um ferimento na mão causado durante o homicídio. No local, a Polícia Militar suspeitou da situação pois já tinha conhecimento de um óbito na chácara. Durante interrogatório ao delegado confessou o crime. 

Rafael foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio com duas qualificadoras: mótivo fútil e meio cruel. A defesa do bolsonarista, patrocinada pelo advogado Matheus Ross, pediu atestado de insanidade mental para o acusado. O exame já foi solicitado pelo Poder Judiciário. 

Rafael foi alvo de ação proposta pela irmã em processo que buscava internação compulsória por iminente risco a si e terceiros. Segundo ela, o irmão seria portador de transtornos mentais, como esquizofrenia e apresentava quadros de surto psicótico grave - psicose não-orgânica não especificada, com delírio preventivo e ideias homicidas. O juiz José Leite Lindote, da 1ª Vara de Fazenda Pública de Várzea Grande, julgou improcedente o pedido em março de 2022.

O investigado já foi preso em flagrante pela suposta prática dos crimes de estelionato e falsificação de documento particular, em Cuiabá. 

Há ainda contra Rafael Silva acusação da prática de tentativa de latrocínio contra um taxista, em Cuiabá. Acusado, segundo o Ministério Público, entrou no carro da vítima e utilizou uma faca para anunciar assalto. Crime não foi concluído porque a vítima reagiu e conseguiu tomar a arma utilizada pelo suspeito.
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