Mãe de um menino de dez anos, Limara Rocha de Amorim, registrou boletim de ocorrência após voltar da Escola Estadual Leovegildo de Melo, em Cuiabá, onde ele estuda com hematoma de mordida no peito, nessa segunda-feira (21). Limara relata que foi à escola para entender o que havia acontecido, mas ninguém soube informar sobre a agressão. 

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Ao Olhar Direto, ela explicou que recebeu uma ligação da unidade pedindo que fosse buscar o menino, que não estava se sentindo bem. No entando, ao perguntar o que o filho estava sentindo, a criança fugiu das respostas. 

Depois de muita insistência, ele contou para a mãe que uma adolescente de 16 anos havia mordido ele no peito quando teria se negado a dar uma balinha para ela. 

"Falei que pegaria um remédio e para ele tomar banho. Quando voltei, ele já estava sem roupa, perguntei o que era no peito dele. Ele disse que o cachorro tinha mordido ele, falei que um cachorro não faria aquilo. Ele continuou insistindo que foi um cachorro, ficou nervoso e não queria falar o que tinha acontecido", contou. 

Limara relata que a adolescente ainda teria jogado pedras no menino e os dois chegaram a se agredir. No entanto, ela ressalta a diferença de idade entre os dois e a dor que o filho sentiu quando foi mordido, visto o hematoma deixado pela agressão. 

'É uma situação bem revoltante, porque ele tem 10 anos, é criança ainda. Não sei o que estava acontecendo, a escola não viu. Meu filho tem uma certa dificuldade de aprendizado, fala que sofre bullying, já pedi para ficarem de olho nele. Desde ontem não sei como ainda estou em pé. Fiz o BO, passou por corpo de delito'. 

De acordo com Limara, a suspeita é de que o filho tenha TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Ele está fazendo as avaliações médicas necessárias para que o diagnóstico possa ser confirmado. 

"Essa questão do TDAH, estamos em processo de investigação. Estou levando no médico e psicológo para conseguirmos fechar um laudo. Tudo indica que sim, porque ele já estava sofrendo algumas situações na escola. Relatório da escola me fez ir buscar ajuda para ele". 

Por conta do episódio, Limara optou que o filho tenha aulas remotas, já que agora ele demonstra sentir medo em precisar ir para a escola. A mãe ainda suspeita que a adolescente tenha feito ameaças de morte, já que o filho estava com medo de que ela fosse morta caso soubesse das agressões. 

"Ele está bem, hoje na hora de arrumar para ir na escola já ficou com medo. Mas, ele vai ficar bem se Deus quiser, só que fico imaginando a dor que ele sentiu enquanto essa menina deu essa mordida nele. Ele não gritou, não pediu socorro, não fez nada". 

Ela informou que a escola deve acionar o Conselho Tutelar para que a adolescente seja responsabilizada. O menino passou por exame de corpo de delito. O caso deve ser investigado pela Polícia Civil. 

A reportagem procurou a secretaria estadual de Educação (Seduc), que ainda não se manifestou sobre o episódio de agressão.