O advogado Rodrigo Pouso, responsável pela defesa de F.C.G.N., presa pelo delegado Bruno França na noite de segunda-feira (28), no condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá, vai pedir o afastamento do delegado. Imagens de uma das câmeras de segurança da casa mostram França invadindo o imóvel e ameaçando "explodir a cabeça" da mulher, que estava com a filha de quatro anos. 

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"Vamos pedir afastamento e indenização, ainda não falaremos de valores porque será quantificado, dano moral é subjetivo. Pelo trauma que causou na criança e na família. Foi muito brutal, sem qualquer ordem judicial. Nada jusitificou aquilo", disse. 

A confusão entre as famílias começou quando o enteado do delegado foi acusado de agredir o filho da mulher, em uma briga no condomínio Alphaville, na Capital. Bruno, no entanto, nega que o adolescente, de 13 anos, tenha participado das agressões. 

Por conta do episódio, a família do menor entrou com pedido de medida protetiva de urgência, para impedir que a mulher se aproximasse do adolescente. Já a mulher e sua família se mudaram para o Florais dos Lagios.

Na noite de segunda-feira (28), o enteado do delegado foi ao Florais dos Lagos para visitar amigos. De acordo com nota divulgada pelo advogado do padrasto, F.C.G.N., teria feito "ameaças verbais e físicas" ao adolescente, que estava no condomínio para um evento esportivo. 

"As últimas agressões verbais e ameaças físicas feitas pela senhora Fabiola contra mencionada criança ocorreram na segunda-feira, 28/11, no início da noite, por volta das 19h30, em uma quadra de esportes de um condomínio de Cuiabá, onde J. estava com amigos jogando futebol. A senhora F. foi até o local e passou a ameaçar e agredir verbalmente o menor, a ponto de ele se retirar do local com os amigos e ter pedido socorro de sua família", diz trecho da nota. 

Câmeras da quadra serão analisadas 

O advogado de F.C.G.N., explicou que as câmeras de segurança da quadra serão analisadas, mas negou que a mulher tenha ameaçado o adolescente. 

"Lá é a casa dela. Tem a medida protetiva e ela deveria sair da casa dela? O menino estava na quadra, ela que tem medo dele, tanto que se mudou do Alphaville por causa disso. Ele [delegado] está tentando inverter algo que não existe. 

Pouso afirmou que a família está "arrasada" e foram passar a noite em um hotel por conta da invasão na casa. De acordo com ele, a filha de quatro anos da mulher está traumatizada com a situação. 

"A F. só chora, a criança só quer ficar grudada com a mãe e o pai, por causa do trauma. A criança em pânico, não quer ficar sozinha. Foram dormir no hotel, a menina estava com medo de acontecer algo, porque foi muito traumático". 

Polícia Civil alega "decisão exclusiva" de delegado

Em nota divulgada na noite desta terça-feira (29), a Polícia Civil informou que a decisão de ir à casa da mulher foi "exclusiva da autoridade polícial". A Corregedoria da Polícia Civil está apurando os fatos e tomará as medidas legais cabíveis ao caso em questão.