Criminosos preso durante cumprimento de mandados de prisão e de busca contra organização criminosa especializada em golpes virtuais gastou R$ 15 mil em uma noite no boliche, de acordo com o delegado Pablo Carneiro, titular da Delegacia de Estelionato. Dois dos integrantes da quadrilha foram identificados morando em Portugal, de onde seguem aplicando golpes contra vítimas de Cuiabá. 

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A segunda fase operação Gênesis foi deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (7). Os policiais identificaram 19 vítimas que perderam de R$ 3.116,00 a R$ 311.490,00. A soma ultrapassa R$ 1 milhão em prejuízo.

Até o momento, 36 das 54 ordens de prisão já foram cumpridas, sendo a maior incidência de criminosos localizados no bairro Despraiado, na Capital. Duas das ordens de prisão preventiva a Portugal via pedido de cooperação jurídica internacional e devem ser cumpridas nos próximos dias. 

"Esses indivíduos costumam ostentar muito nas redes sociais. Temos vários vídeos dele gastando. Temos informações de um dos suspeitos que foi preso que, em apenas uma noite, gastou R$ 15 mil em um boliche da cidade", explicou Pablo durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (7). 

Segundo o delegado, a investigação começou no ano passado, sendo que a primeira fase da operação Gênesis foi deflagrada em 19 de junho. Na oportunidade, um mandado de prisão temporária e alguns de mandado de busca e apreensão. 

Durante as diligências, a Delegacia de Estelionato conseguiu provas suficientes para definir a quadrilha como uma organização criminosa. Eles, inclusive, pagavam taxa para uma facção criminosa para atuarem nos golpes virtuais em Cuiabá. 

"Inicialmente achamos que poderia ser só uma associação criminosa, mas nós conseguimos delimitar todos os contornos necessários para qualificar esse grupo como uma verdadeira organização criminosa, com a divisão de tarefa entre os seus membros, inclusive utilizavam a lavagem de capitais para poder dissimular a origem ilícita dos valores". 

Vítimas espalhadas pelo Brasil 

Vítimas de 13 estados brasileiros que caíram em golpes aplicados pela organização criminosa foram identificadas pela Delegacia de Estelionato. Apesar dos criminosos estarem em Cuiabá, eles aplicavam golpes em todo o Brasil. 

"Vítimas que são de 13 estados: RO, SP, ES, MA. Então, os indivíduos estavam aqui em Cuiabá aplicando golpes em todas essas unidades da federação. Como grande parte das vítimas estão em outras unidades da federação e até por força de uma alteração legislativa, a competência para investigação de estelionato eletrônico é de domicílio da vítima". 

Pablo explicou que as provas serão compartilhas com todas as unidades da federação onde exista uma vítima da organização criminosa. Depois, os suspeitos também responderão por inquérito em cada um dos Estados. 

"Percebemos que esse grupo está basicamente instalado na região da baixada Cuiabá. Três alvos foram encontrados em Cáceres, mas a grande maioria estava aqui. Atuavam aqui há no mínimo dois anos". 

Criminosos em Portugal 

Durante a investigação, os policiais constataram que dois dos criminosos se mudaram de Cuiabá para Portugal há alguns meses. De acordo com o delegado, eles se fixaram em Gaia, onde continuam aplicando golpes em vítimas brasileiras. 

"Identificamos que, de lá, continuam o mesmo modus operandi e o mesmo relacionamento com os suspeitos que estão presos, cooptando contas e até aplicando golpes direto de Portugal em vítimas do Brasil". 

Entre os presos, criminosos da mesma família foram identificados pela Polícia Civil. Entre irmãos, tio e sobrinho, há também atuação de casais. No entanto, o vínculo entre os suspeitos deve ser aprofundados nos próximos 10 dias, quando o inquérito deve ser finalizado. 

"Tem pessoas da mesma família, quatro irmãos, inclusive um desses que está em Portugal também é parente, temos tio e sobrinho. Alguns são namorados, vários são casais. Mas vamos aprofundar agora nos próximos 10 dias para delimitar esses vínculos".