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Terça-feira, 02 de julho de 2024

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DADOS DO INPE

Mato Grosso é estado com maior número de focos de incêndio; alerta para queimadas nos biomas

Foto: Secom-MT

Mato Grosso é estado com maior número de focos de incêndio; alerta para queimadas nos biomas
Mato Grosso é o estado com maior número de focos de incêndios em 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ao todo, 8.439 focos foram registrados até essa quinta-feira (27). Além disso, os três biomas, Pantanal, Cerrado e Amazônia presentes no estado também bateram recordes em número de queimadas. O Pantanal e o Cerrado têm a maior quantidade de focos de incêndio já registrada no período desde 1988, quando as queimadas começaram a ser monitoradas por satélites pelo INPE.


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A área total atingida pelo fogo no estado foi de 607.807 hectares, até o dia 23 de junho, representando um aumento de 27% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram queimados 478.096 hectares.

Desta área queimada, 50% é da Amazônia, com 302.324 hectares atingidos, enquanto 34% pertence ao Cerrado, com 205.021 hectares; enquanto o Pantanal representa 17%, com 100.462 hectares queimados. Os dados foram analisados pelo Instituto Centro Vida (ICV), com base nas pesquisas da Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço).

Já em relação aos focos de incêndio nos biomas, foram detectados 3.262 focos de queimadas no Pantanal, até o dia 23 de junho, representando um número mais de 22 vezes maior que o registrado no mesmo período no ano passado. É o maior número da série histórica do INPE. No Mato Grosso, 736 focos foram registrados no Pantanal.

Com a temporada seca ainda em seu início, o Pantanal já teve mais queimadas que em 2020, quando foram registrados 2.534 focos entre 1 de janeiro e 30 de junho.
 
Naquele ano, incêndios descontrolados consumiram um terço da área do bioma e estima-se que tenha matado mais de 17 milhões de animais vertebrados.

Embora os números do primeiro semestre já tenham superado os de 2020, isso não significa que uma catástrofe como a daquele ano seja inevitável. Ambientalistas alertam que o resultado de 2024 dependerá do engajamento da população, que não deve atear fogo em novas áreas, e da ação do poder público no combate aos focos ativos de queimadas.

De acordo com especialistas, o aumento das queimadas no Pantanal em 2024 está associado principalmente à crise climática, já que o bioma vive uma seca severa. As chuvas escassas e irregulares nos primeiros meses de 2024 foram insuficientes para transbordar os rios e conectar lagoas e o Rio Paraguai, o principal do bioma, atingido níveis baixos para esta época do ano.
 
"Uma combinação de fatores têm colaborado para o aumento das queimadas no Pantanal. Podemos destacar as alterações climáticas, o desmatamento na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, além da atuação do El Niño que traz um período mais seco no caso das regiões Centro-Oeste Brasileiro. Todos esses elementos afetam diretamente o ciclo de chuvas e o acúmulo de água no território," afirma Cyntia Santos, analista de Conservação do WWF-Brasil. 

Entretanto, além das mudanças climáticas, as queimadas no Pantanal também estão associadas à ação humana no Cerrado, já que os biomas estão interconectados. O desmatamento no Planalto do Cerrado, onde estão as cabeceiras dos rios que abastecem a Planície Pantaneira, contribui para a seca extrema no Pantanal. 

No Cerrado, entre 1 de janeiro e 23 de junho, foram detectados 12.097 focos de queimadas, um aumento de 32% em comparação ao mesmo período em 2023. É também o maior número da série histórica iniciada em 1988. Foram 4.085 focos só nos primeiros 23 dias de junho

Mato Grosso teve um aumento significativo do número de focos no bioma Cerrado é o Mato Grosso. O estado registrou 2.441 focos entre 1 de janeiro e 23 de junho, um aumento de 85% em relação ao ano passado, e que representa mais de 20% do total de focos do Cerrado, logo após o Tocantins (26%).

Já na Amazônia, foram detectados 12.696 focos de queimadas entre 1 de janeiro e 23 de junho, um aumento de 76% em comparação ao mesmo período no ano passado e o maior valor registrado desde 2004. Mato Grosso registrou 4.998 focos neste período.

Em toda a série histórica do Inpe, iniciada em 1988, o número de incêndios de 2024 na Amazônia, nos primeiros seis meses do ano, só foi superado nos anos de 2003 e 2004, quando foram registrados, respectivamente, 14.667 e 14.486 focos.

 
 
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